O governo do Peru impôs nesta terça-feira, 6, um toque de recolher noturno na província de Pataz após treze mineiros terem sido sequestrados e assassinados na semana passada. A presidente do país, Dina Boluarte, também ordenou a suspensão das atividades de mineração por um mês e afirmou que as Forças Armadas assumiriam “o controle total” da área de trabalho da La Poderosa, dona da mina de ouro onde os homens trabalhavam.
Em comunicado, a empresa peruana disse que o grupo foi raptado por “mineiros ilegais em conluio com criminosos” em 26 de abril. Os corpos foram encontrados no último domingo 4. Eles eram empregados de uma subcontratada, a R&R, e haviam sido enviados para enfrentar um grupo que havia ocupado uma das minas da La Poderosa. Os treze homens, no entanto, foram emboscados e mortos.
Imagens enviadas pelos sequestradores às famílias mostram as vítimas, ainda vivas, amarradas e nuas, enquanto estavam deitadas em um poço da mina. Os vídeos teriam sido enviados para pressionar os parentes a pagarem o resgate. As evidências forenses sugerem que eles foram baleados à queima-roupa uma semana antes dos corpos terem sido encontrados.
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Panorama da violência
Ao menos 39 pessoas com ligações à empresa La Poderosa foram mortas por gangues criminosas em Pataz, uma região de mineração a mais de 800 quilômetros de Lima, de acordo com declaração divulgada na última sexta-feira. O texto indicou que criminosos assumiram progressivamente o controle de áreas de mineração desde 2020, o que colocou “em risco a segurança física” dos seus funcionários.
A proprietária da mina também alegou que o estado de emergência, em vigor na província desde fevereiro de 2024, não surtiu efeito.
“A espiral de violência descontrolada em Pataz está ocorrendo apesar da declaração de estado de emergência e da presença de um grande contingente policial que, infelizmente, não foi capaz de deter a deterioração das condições de segurança na área”, destacou o comunicado.
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