O presidente do Chile, Gabriel Boric, reuniu-se nesta quarta-feira (23/4) com a ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, e centenas de políticos e empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O tema principal do Fórum Empresarial Brasil-Chile foi o projeto da Rota Bioceânica, que deve ligar o porto de Santos com os portos chilenos de Antofagasta e Iquique.
Com previsão para conclusão em 2026, a rota de Capricórnio — como também é chamada — vai passar por ferrovias, hidrovias e rodovias de quatro nações diferentes. Além de Brasil e Chile, também atravessa a Argentina e o Paraguai. O projeto faz parte das Rotas de Integração Sul-Americana, que têm o objetivo de facilitar o comércio dentro do continente e o acesso do Atlântico ao Pacífico no Cone Sul.
Durante o fórum, Boric cutucou a ação dos Estados Unidos de elevar as tarifas para diversos países do mundo e disse que os países da América do Sul têm uma complementaridade que pode beneficiar todos os integrantes do continente.
“O Brasil é uma potência industrial e do agro de primeiro nível, o Chile tem um acesso privilegiado ao Pacífico e aos mercados asiáticos, a Argentina e o Paraguai aportam boas capacidades produtivas. Tudo isso bem trabalhado pode tornar a América do Sul uma forma de integração global com soberania, sem tutelas, e impulsionando a liberdade de comércio em benefício dos nossos povos”, destacou.
Em um momento em que, segundo o presidente do Chile, a integração comercial dos países é colocada em xeque, ele destacou que a melhor maneira de responder a essa guerra comercial é com “mais integração”.
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“A integração latino-americana, em particular da América do Sul, tem que, necessariamente, ir mais além da retórica, dos adjetivos e das fotos. Tem que ser com ações concretas com resultados que se materializam, que se sinta em sua experiência cotidiana o nosso povo e a nossa gente”, disse, ainda, o presidente chileno, que completou: “O corredor bioceânico é uma das melhores experiências e exemplos desta lógica de integração sérias, que vai além dos adjetivos e retóricas”.

Raphael Pati
Repórter de Economia
Nascido em Brasília, em 2002, é repórter na editoria de Política, Economia e Brasil do Correio Braziliense. Desde 2020, é estudante da graduação em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB).
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