França quer construir presídio para traficantes e radicais islâmicos na selva amazônica

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O presídio está previsto desde 2017, mas não tinha o objetivo de receber prisioneiros de segurança máxima da França continental

França planeja prisão na Amazônia para traficantes e radicais islâmicos (Foto: canva)

A França planeja construir um presídio para traficantes de drogas e radicais islâmicos na selva amazônica, próximo a uma antiga colônia penal em seu território ultramarino da Guiana Francesa. O anexo de segurança máxima fará parte de uma prisão de 450 milhões de dólares (R$ 2,5 bilhões) com capacidade para 500 detentos.

O presídio está previsto desde 2017, mas não tinha o objetivo de receber prisioneiros de segurança máxima da França continental. A unidade será inaugurada em 2028, em meio à selva amazônica, no município de Saint-Laurent-du-Maroni, na Guiana Francesa, segundo o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin. De acordo com Darmanin, 15 das vagas serão reservadas a condenados por radicalismo islâmico.

“Minha estratégia é simples, atingir o crime organizado em todos os níveis. Essa prisão será uma salvaguarda na guerra contra o narcotráfico” disse o ministro da Justiça.

A Guiana Francesa é o território francês com o maior índice de criminalidade proporcional à população, com um recorde de 20,6 homicídios por 100 mil habitantes em 2023. Já Saint-Laurent-du-Maroni é um ponto estratégico devido à proximidade com Suriname e o Brasil. De lá, muitos passageiros tentam embarcar voos para o aeroporto de Orly, em Paris, transportando cocaína.

O município também foi o local do notório Campo Penal de Saint-Laurent-du-Maroni, uma colônia penal que abrigou prisioneiros políticos franceses emblemáticos, muitos levados para a Ilha do Diabo. A prisão funcionou por um século e foi retratada no best-seller francês Papillon, posteriormente adaptado para dois filmes.

O anúncio gerou indignação em toda a Guiana Francesa. Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, afirmou que “é, portanto, com espanto e indignação que os membros eleitos da Coletividade descobriram, junto com toda a população da Guiana, as informações detalhadas no Le Journal du Dimanche. Embora todos os representantes locais tenham, há muito tempo, solicitado medidas fortes para conter o aumento do crime organizado em nosso território, a Guiana não deve se tornar um depósito de criminosos e pessoas radicalizadas vindas da França continental”.

O deputado franco-guianense Jean-Victor Castor também criticou o projeto, dizendo que a decisão foi tomada sem consulta às autoridades locais. “É um insulto à nossa história, uma provocação política e um retrocesso colonial”, afirmou Castor em nota publicada neste domingo, pedindo que a França retire o projeto.

*Informações do portal G1

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