O que o governo francês diz a respeito?
Segundo o ministro Gérald Darmanin, a estratégia visa “atingir o crime organizado em todos os níveis”.
A localização isolada na selva amazônica “servirá para isolar permanentemente os chefes das redes de tráfico de drogas” de suas conexões e redes de influência.
Além disso, a Guiana Francesa enfrenta um grave problema de criminalidade, com uma taxa de homicídios que chegou a 20,6 por 100 mil habitantes em 2023, quase 14 vezes a média da França continental.
Políticos locais têm criticado a medida
As autoridades da Guiana Francesa não foram consultadas sobre a mudança de propósito da prisão e criticaram a medida.
Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, recebeu a notícia com “espanto e indignação”, afirmando que:
“A Guiana não deve se tornar um depósito de criminosos e pessoas radicalizadas vindas da França continental“.
O deputado franco-guianense Jean-Victor Castor criticou o projeto e ressaltou o impacto ambiental da obra:
“Na Guiana, é proibido cortar árvores, exceto para construir prisões ultra-seguras! A mesma lógica colonial que criou a colônia penal.”
- A Brasil Paralelo investigou a questão ambiental na floresta amazônica com o documentário Cortina de Fumaça. Assista à produção completa no link abaixo:
Guiana Francesa já foi uma colônia penal
Durante o século XIX até o século XX, a Guiana Francesa foi usada como colônia penal.
Um dos casos mais icônicos foi a prisão na Ilha de Saint-Joseph, popularmente conhecida como Ilha do Diabo. Lá os detentos têm condições extremamente difíceis.
A região foi imortalizada no livro e nos filmes “Papillon”, que retrataram a dureza do sistema penal francês na época.
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