FMI faz previsão favorável mas vê riscos para Guiné-Bissau em ano de eleições

Após uma visita ao país, entre 2 e 10 de abril, cujos resultados divulgou hoje, o FMI diz que a economia enfrenta “significativos riscos no curto prazo em ano de eleições e no contexto de uma conjuntura externa difícil, caraterizada por um agravamento da fragmentação geopolítica e do comércio mundial”.

 

Ainda assim, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné-Bissau cresça cerca de 5% este ano, “graças a termos de troca mais favoráveis e a um forte investimento privado”, depois de um abrandamento em 2024.

Este abrandamento (de 5,2% em 2023 para 4,7% em 2024) refletiu, em parte, a menor exportação de castanha de caju e os choques climáticos na produção agrícola”, diz a equipa do Fundo que visitou o país, ao abrigo do artigo IV, que pressupõe uma análise anual da economia aos países membros, insistindo na necessidade de diversificação da economia.

“As recentes reformas realizadas no setor da energia são essenciais para apoiar o crescimento económico e devem ser prosseguidas”, recomenda ainda o FMI o no relatório de avaliação anual da economia da Guiné-Bissau.

A equipa que visitou o pais, dirigida por Nico Hobdari, centrou esta avaliação nas políticas destinadas a “apoiar a diversificação económica para reduzir a dependência da castanha de caju”, manter a “sustentabilidade orçamental com mobilização de receitas internas”, e ainda “reforçar o capital humano e fortalecer a proteção social, incluindo uma avaliação dos níveis e resultados das despesas”.

A visita serviu também para discutir as políticas económicas para a oitava avaliação do programa ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) concedida à Guiné-Bissau, avançando que as conversações irão prosseguir durante as próximas reuniões da primavera do FMI/Grupo Banco Mundial, em abril, “a fim de chegar a acordo sobre as políticas que sustentam a conclusão” dessa avaliação.

O FMI sublinhou a importância de Bissau respeitar as dotações inscritas no orçamento de 2025 a fim de apoiar a estabilidade macroeconómica, “uma condição necessária para criar as bases para um crescimento inclusivo e resiliente aos choques”, mesmo avaliando que “a economia da Guiné-Bissau se mantém resiliente”.

O acordo inicial com Bissau foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI em 30 de janeiro de 2023 num montante total de cerca de 37,8 milhões de dólares (mais de 33 milhões de euros) e em 29 de novembro de 2023, o Conselho de Administração do FMI autorizou um aumento do acesso de 40% da quota.

O FMI valoriza a previsão de um défice orçamental a baixar para 3% do PIB, “em conformidade com a meta do programa da ECF”, mas insiste que “embora as previsões económicas continuem a ser favoráveis, estão sujeitas a riscos internos e externos significativos”.

“A equipa do FMI reiterou a necessidade de continuar a implementar as reformas acordadas no âmbito do programa da ECF que sustentam os esforços de consolidação orçamental e de manutenção da dívida pública numa trajetória descendente firme.

Durante esta visita, houve reuniões com o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, o primeiro-ministro, Rui Barros, e os ministros das Finanças, Ilídio Té, da Economia, Planeamento e Integração Regional, Soares Sambu, da Energia, José Carlos Casimiro, e outros membros do Governo, mas também com representantes de empresas do setor público, bem como com os principais parceiros bilaterais e internacionais.

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