Fitch mantém rating de Cabo Verde

A agência de notação financeira Fitch Ratings manteve, este mês, a classificação de risco soberano de Cabo Verde em ‘B’, com perspectiva estável, reflectindo a confiança na resiliência económica do país e nas políticas macroeconómicas em curso. A decisão da agência aponta para um equilíbrio entre as vulnerabilidades externas do país e os sinais de melhoria na sustentabilidade da dívida e nas contas públicas.

Segundo a Fitch, a economia nacional deverá crescer 5,5% ao ano em 2025 e 2026, impulsionada principalmente pelo sector do turismo. O crescimento é sustentado pelo aumento da procura turística internacional e pelo ambiente político relativamente estável, factores que contribuem para a recuperação económica pós-pandemia, refere a agência de notação financeira.

A trajectória da dívida pública é também um ponto positivo destacado pela Fitch. De acordo com as previsões da agência, a dívida de Cabo Verde deverá cair de 115% do PIB em 2023 para 98% em 2026, apoiada por excedentes orçamentais primários e pela contínua recuperação económica. Este progresso é fundamental para restaurar a confiança dos investidores e garantir a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo, aponta a agência.

No que respeita à inflação, as estimativas apontam para uma taxa média de apenas 1% entre 2024 e 2026, graças à estabilização dos preços internacionais de combustíveis e alimentos, bem como ao regime cambial de paridade fixa com o euro, que contribui para ancorar as expectativas de preços.

A balança de pagamentos também deverá melhorar. O défice da conta corrente está projectado para diminuir para 2,1% do PIB até 2025, reflectindo o aumento das receitas turísticas e a redução dos custos de importação. As reservas internacionais devem atingir cerca de 900 milhões de dólares até ao final de 2025, cobrindo mais de 6 meses de importações, um sinal de robustez externa.

Contudo, a Fitch alerta para riscos estruturais persistentes, nomeadamente a forte dependência do turismo e os passivos contingentes das empresas públicas, que em 2023 representavam cerca de 47% do PIB. O fortalecimento da governação empresarial e a redução das vulnerabilidades externas continuam a ser desafios-chave.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1224 de 14 de Maio de 2025.

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