O Festival MED regressa a Loulé de 26 a 29 de junho para celebrar a sua 21.ª edição e traz na bagagem uma programação reforçada que cruza geografias, sonoridades e culturas. Este ano, o evento acolhe Cabo Verde como país convidado, num momento que antecede a celebração dos 50 anos da independência do país.
A escolha de Cabo Verde enquanto país convidado é uma forma de celebração e de reconhecimento de uma ligação histórica entre Loulé e a comunidade migrante do arquipélago. Ao longo da cidade, a tradição musical cabo-verdiana será representada por nomes maiores da sua cultura popular e contemporânea. Dino D’Santiago, músico filho da diáspora cabo-verdiana e voz de causas sociais, sobe ao palco acompanhado pelos lendários Os Tubarões, num dos momentos mais aguardados do cartaz. A festa do funaná será garantida pelos enérgicos Ferro Gaita, enquanto a Cesária Évora Orchestra prestará homenagem à diva dos pés descalços, num concerto que promete evocar a força da morna como património imaterial da humanidade.
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A abrir o festival, a 25 de junho, Ceuzany será protagonista de um concerto de entrada livre no Palco Castelo, antecipando o espírito da festa com a sua voz carregada de crioulo e emoção. Já no último dia do festival, o “open day” de 29 de junho inclui uma homenagem especial a Sara Tavares, figura incontornável da música, falecida em 2023. A homenagem acontece no Palco Cerca, com entrada livre, e contará com a participação da Banda Filarmónica Artistas de Minerva, Shout, Mau Feitio e convidados especiais.
O epicentro da programação cabo-verdiana estará instalado no “Pátio” , onde, além da música, será possível mergulhar nas tradições do arquipélago através da gastronomia, artesanato e oficinas. Do grogue à cachupa, do pano di terra às oficinas de cestaria, passando por momentos de dança e teatro, a proposta é uma viagem sensorial por Cabo Verde, pensada para toda a família. A programação estende-se ainda ao pré-festival, entre os dias 20 e 22 de junho, com cinema, exposições e encontros literários que reforçam o lugar do arquipélago na cartografia artística e intelectual da lusofonia.
A programação musical do Festival MED 2025 não se esgota, porém, nos ritmos de Cabo Verde. De Angola, Paulo Flores regressa com a sua voz embargada de semba e resistência. Da Jamaica, os lendários The Congos & The Gladiators trazem os sons clássicos do reggae. Outros nomes no cartaz incluem Lá no Xepangara, projeto luso-afro-brasileiro, que conta com a participação de Karyna Gomes e Selma Uamusse. A representação portuguesa também marca presença com uma diversidade que vai do indie ao tradicional, passando pelo fado e pela fusão.
Para além da música, o Festival MED continua a apostar numa programação abrangente, com mais de 90 horas de concertos, cerca de 300 músicos e representantes de quase 30 nacionalidades. O artesanato, as exposições de arte, os artistas de rua e os espaços de gastronomia e oficinas integram uma experiência cultural multidisciplinar pensada para vários públicos.
Para Carlos Carmo, diretor do festival, a escolha de Cabo Verde representa “um casamento perfeito com Loulé, onde existe uma forte comunidade cabo-verdiana e uma relação que é antiga, consistente e cheia de afetos”. Já Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, sublinha que “o MED atrai milhares de visitantes e é, além de um festival de música, uma poderosa ferramenta de dinamização cultural e económica da cidade”.
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