No universo competitivo da Liga norte-americana de futebol feminino (NWSL), considerada uma das mais prestigiadas ligas de futebol feminino a nível mundial, nem todas as circunstâncias brilham com a mesma intensidade. Um cenário político complexo está a criar desafios particulares para algumas das jogadoras estrangeiras que atualmente prosseguem as suas carreiras profissionais na liga.
Um exemplo concreto dessa situação é o caso da talentosa futebolista venezuelana Deyna Castellanos. A excelente jogadora do Portland Thorns FC não pôde se juntar à seleção venezuelana durante a última pausa internacional. Esta ausência não se deveu a razões desportivas, mas a uma profunda preocupação com a incerteza de poder regressar em segurança ao país onde vive e trabalha.
“Estou triste por não ter podido estar com a minha seleção, mas acredito que ficar nos Estados Unidos foi a decisão mais sensata neste momento. A instabilidade política na Venezuela cria um cenário de incerteza e, dadas as minhas responsabilidades contratuais aqui, tenho de ser cautelosa”, disse a própria Deyna Castellanos, explicando a difícil encruzilhada enfrentada por várias jogadoras.
A implementação de políticas de imigração mais restritivas, promovidas no passado, e o endurecimento dos controlos para os titulares de vistos, somados à possibilidade latente de proibições de viagens de certas nações, geraram uma atmosfera de apreensão entre muitos estrangeiros residentes nos Estados Unidos. Esta situação leva-os a reconsiderar qualquer viagem para fora dos EUA por receio de enfrentarem obstáculos significativos ao tentarem regressar aos seus lares e empregos.
“Tenho um contrato válido aqui e, em princípio, poderia viajar sem restrições. No entanto, a incerteza de não saber se poderei voltar a entrar no país gera uma ansiedade considerável, não só para mim, mas também para várias colegas que partilham esta liga”, afirmou a ex-jogadora do Atlético de Madrid, reflectindo a preocupação generalizada na NWSL com a evolução das políticas de imigração dos EUA.
A Federação Venezuelana de Futebol (FVF) também se manifestou sobre o assunto, destacando seu impacto na convocação da seleção nacional. Em comunicado oficial, a FVF lamentou a ausência de Deyna Castellanos, Barbara Olivieri, Marianyela Jiménez e Gabriela Angulo para os particulares contra o Panamá, atribuindo essas ausências a “decisões migratórias ligadas a questões de imigração”. É importante sublinhar que todas essas jogadoras atuam profissionalmente na NWSL.
Deyna Castellanos tomou a decisão de embarcar na sua aventura no futebol americano durante a janela de transferências de inverno de 2024, depois de uma passagem pelo Manchester City que não correu tão bem como esperava. A sua passagem pela Premier League inglesa terminou prematuramente. A situação foi semelhante no Bay FC, que deixou este inverno para se juntar ao Portland Thorns, onde teve um início de temporada promissor e consistente.
Aos 25 anos, a talentosa jogadora venezuelana ainda tem como objetivo voltar à elite do futebol mundial, posição que já ocupou no passado. Também não descarta a possibilidade de voltar a vestir a camisa da Vinotinto, que não usa desde 2023.

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