Família exige esclarecimento da morte – DW – 12/03/2025

A sociedade e a família de Victória pedem às autoridades policiais que esclareçam as circunstâncias da morte da menina de 8 anos, atingida, há um mês, por uma bala perdida quando assistia às aulas no Colégio Elizângela Filomena, em Luanda.

Questiona-se de onde partiu e quem disparou contra Victória Kuanda da Rocha, que se encontrava no interior de uma das salas de aula do referido colégio?

Relatos de pessoas, que estavam nas proximidades da instituição, quando a menor foi baleada mortalmente, revelaram que a tragédia ocorreu na sequência de uma suposta perseguição policial a marginais que tentavam realizar um assalto nas redondezas do colégio. Contam que terá havido troca de tiros que acabaram por atingir a menina.

No entanto, nas redes sociais circularam rumores que contrariam esta versão. De acordo com internautas, o disparo foi efetuado no interior do colégio por um colega da vítima, suposto filho de um oficial superior da Polícia.

Carina Prata, coordenadora pedagógica do Colégio Elizângela Filomena lamenta os rumores e, em declarações à DW, mantém a versão das testemunhas. “A versão é verdadeira, que a bala saiu de fora, mas infelizmente há muitas especulações”, afirmou a responsável. “Simplesmente só podemos esperar pela verdade”, acrescentou.

Membros da Polícia Nacional de Angola
A Polícia Nacional anunciou a abertura de uma investigação sobre a morte de Victória, apelando igualmente à calma e serenidadeFoto: Borralho Ndomba/DW

Celeuma nas redes sociais

Um vídeo gravado no interior da sala de aula, posto a circular ainda esta semana nas redes sociais, mostra o momento em que a aluna cai bem como a reação da professora e dos colegas de turma.

António Pacavira, presidente da Associação Nacional de Ensino Particular (ANEP), pede contenção à sociedade. “Apelo às pessoas que estão nas redes sociais a tentar criar celeuma para darem descanso à alma da menina”, pediu Pacavira. “Para que a alma de [Vitória] descanse em paz não podemos estar a criar invenções”, exortou.

O ministro do Interior de Angola, Manuel Homem, havia prometido esclarecimentos sobre a proveniência da bala num curto espaço de tempo. Na mesma semana, a Polícia Nacional anunciou a abertura de uma investigação sobre a morte da menina, apelando igualmente à calma e serenidade, enquanto decorrem exames de perícia forense.

Ainda inconsolado pela morte da neta, o avô Rocha pede às autoridades, em nome da família, que esclareçam as circunstâncias da morte. “Nós, a família, Luanda, o país, Angola, o mundo precisa de esclarecimentos. Por favor, pressionem este Executivo, pressionem este Governo, para que pelo menos saibamos quem matou a nossa filha, quem a assassinou”, exortou o avô da menina.

Contactado pela DW, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, fez saber que a Polícia continua a trabalhar para o apuramento da verdade.

Insegurança, criminalidade e combate ao crime em Luanda

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