Exército cria defesas cibernéticas para sistemas de foguetes

O Exército Brasileiro está desenvolvendo um sistema de defesa contra ataques cibernéticos de hackers para proteger seu armamento no ambiente físico, não virtual. Isso porque armas mais avançadas dependem de softwares de computador e por isso são vulneráveis a ataques no ambiente digital. A fase inicial do programa visa proteger o Sistema Astros, uma artilharia de mísseis e foguetes considerada uma arma estratégica para as Forças Armadas.

A medida segue diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, que em 2008 definiu os setores nuclear, espacial e cibernético como pilares fundamentais para a segurança nacional. Desde então, a preocupação com a proteção no ambiente digital passou a ocupar lugar de destaque nas prioridades das Forças Armadas.

Desenvolvido com tecnologia nacional, o Sistema Astros faz lançamentos de foguetes que são capazes de atingir alvos a até 90 quilômetros de distância. Com tal sofisticação, o equipamento depende da troca segura de dados em tempo real sobre posicionamentos de sistemas de armas e alvos, o que exige níveis elevados de segurança cibernética.

“O Sistema Astros é considerado estratégico para o nosso Exército, com alto poder de combate e com alta tecnologia embarcada. Trabalhar agregando a capacidade de resiliência cibernética é fundamental para a gente ter um sistema adequado e moderno”, afirma o general Luís Carlos, gerente do Programa Estratégico do Exército Defesa Cibernética, em vídeo institucional divulgado pela Força.

Com a integração, o Exército busca desenvolver mecanismos de proteção, detecção e reação contra ameaças cibernéticas que possam comprometer a segurança da informação militar.

A teoria da guerra moderna diz que Estados já são capazes de inutilizar sistemas de armas e comunicações apenas usando ações de hackers. Nos anos de 2010, um ataque cibernético conseguiu danificar estruturas nucleares (centrífugas) físicas do Irã e fez militares do mundo inteiro passarem a prestar atenção no problema. Mas a ameaça só se verificou parcialmente na recente guerra de grandes proporções na Ucrânia. Diferente do que se pensava, os russos não conseguiram tirar do ar os sistemas de comando e controle e infraestrutura energética da Ucrânia, que recebeu apoio de empresas de cibersegurança do Ocidente.

Hoje o Exército Brasileiro possui ainda um simulador de Ataque Cibernético, para aprimorar o desenvolvimento dos mecanismos de defesa. Eles levam em conta que a desativação ou destruição de grandes equipamentos militares por meios cibernéticos não é feita por hackers individualmente, mas por países inimigos que possuem grandes equipes, infraestrutura e recursos.

Mas as defesas cibernéticas também visam em alguma escala dificultar, por exemplo, que grupos terroristas ou organizações não estatais realizem esse tipo de ataque.

A preocupação com o setor digital ganhou ainda mais relevância com o avanço dos sistemas de armas modernas. Com as recentes guerras em curso no mundo, no Oriente Médio e no Leste da Europa, a ciberdefesa se tornou um elemento central da transformação militar. 

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Exército criou programa estratégico de defesa cibernética

O desenvolvimento pelo Exército Brasileiro dessa área ficou sob coordenação da 2ª Subchefia do Estado-Maior do Exército, que criou ainda o Programa Estratégico do Exército Defesa Cibernética (Pgr EE Def Ciber), que vem estruturando uma base para a atuação do Brasil no espaço cibernético.

A conectividade é considerada essencial para a eficiência operacional e também representa uma nova frente de vulnerabilidade. Diante desse cenário, o Exército tem buscado integrar soluções de defesa cibernética diretamente aos equipamentos militares, reforçando a proteção contra possíveis ataques digitais. A integração do Sistema Astros é considerada o pontapé inicial desse processo.

Mais do que uma resposta às ameaças atuais, a integração entre armas inteligentes e defesa cibernética representa um passo decisivo rumo à soberania, segundo o Exército.

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