O ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, acusado de rebelião por tentar, sem sucesso, dissolver o Congresso em 2022, classificou seu julgamento, que começou nesta terça-feira (4), como uma “farsa oral”.
Nas redes sociais, Castillo disse que está preso ilegalmente após um “golpe de estado orquestrado por aqueles que não aceitaram a vitória do povo” e também alegou ter sido acusado sem provas e com “testemunhas manipuladas pela acusação”.
Ex-presidente diz estar ‘sequestrado’
A audiência, que aconteceu no tribunal da Suprema Corte peruana, durou três horas e foi suspensa até quinta-feira (6).
Antes da suspensão, Castillo renunciou à defesa de um advogado, alegando que já está “condenado”. A Corte, no entanto, nomeou um defensor público como representante do ex-presidente.
Desde 2022, ele argumenta que sua prisão, na verdade, se trata de um “sequestro”, além de afirmar que nunca levantou armas e que os crimes, dos quais é acusado, são ilegais.
Castillo deve responder como coautor do crime de rebelião contra os poderes do Estado e a ordem constitucional, além de ser julgado por crime contra a administração pública — abuso de autoridade — e por grave pertubação da tranquilidade pública.
A expectativa, segundo a imprensa peruana, é que o julgamento possa ter duração de até seis meses e o ex-presidente pode pegar, se condenado, até 34 anos de prisão.
Dissolução do Congresso
O ex-presidente peruano está preso em Lima, capital peruana, desde dezembro de 2022. Ele foi eleito em 2021 para governar até 2026, mas foi destituído após 17 meses no poder.
Na época, a tentativa de dissolução do Congresso desencadeou protestos que deixaram quase 50 mortos.
Castillo é o quarto ex-presidente peruano a sentar no banco dos réus nos últimos 25 anos por crimes que vão de corrupção a violações dos direitos humanos.
Antes dele, foram julgados Alberto Fujimori (1990-2000) e Alejandro Toledo (2001-2006), que foram condenados, enquanto o julgamento de Ollanta Humala (2011-2016) deve ser finalizado neste ano.
*** Com informação de AFP.
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