NESTA EDIÇÃO. Novas tarifas dos EUA contra petróleo da Venezuela devem impactar países asiáticos.
PPSA tem novo presidente a partir de 1º de abril.
Sulgás obtém vitória parcial na revisão tarifária de 2024.
Demanda global por energia elétrica acelerou 2,2% em 2024, diz AIE.
OMC debate tarifas da União Europeia sobre veículos elétricos chineses.

EUA impõem tarifas para compradores de petróleo da Venezuela
Os Estados Unidos vão passar a exigir uma tarifa de 25% no comércio com países que compram petróleo ou gás da Venezuela a partir de 2 de abril, anunciou o presidente Donald Trump na segunda (24).
- A decisão levou à alta dos preços do barril de petróleo. Na Intercontinental Exchange, o Brent para junho avançou 1,06% (US$ 0,76), a US$ 72,37.
- Trump justificou a medida alegando que o governo de Nicolás Maduro tem sido “muito hostil aos EUA”.
As taxas devem impactar sobretudo países asiáticos, principalmente China e Índia.
- Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro, o cenário vai levar a um balanço mais apertado entre demanda e oferta de petróleo a nível global.
A produção venezuelana atualmente está em cerca de 900 mil barris/dia, segundo a Opep+. Desse total, cerca de 200 mil barris/dia eram exportados para os EUA.
Trump é crítico do regime de Maduro e já vinha sugerindo desde que assumiu o cargo, em janeiro, que poderia interromper a importação de petróleo da Venezuela.
O país caribenho tem as maiores reservas de petróleo do mundo, com mais de 300 bilhões de barris em reservas provadas.
- A produção chegou a ultrapassar a marca de 3 milhões de barris/dia na década de 1990, mas caiu com os baixos investimentos e o isolamento internacional.
Leia no site: Futuro do O&G na Venezuela depende de política e da atração de investimentos internacionais.
Em 2023, o governo de Joe Biden relaxou as sanções à Venezuela, com a promessa de realização de eleições livres.
- O relaxamento permitiu o retorno dos investimentos da Chevron ao país.
- O pleito em julho de 2024 terminou com Nicolás Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González, se proclamando vencedores. Foi seguido pela resistência do país em apresentar as atas eleitorais certificadas.
- O atual governo dos EUA deu até 3 de abril para que a Chevron encerre as operações venezuelanas.

Por falar em Venezuela… O Ministério de Minas e Energia autorizou a Bid Comercializadora de Energia Elétrica a importar energia elétrica do país vizinho. Essa é a sétima autorização emitida pelo governo desde 2023. A empresa deve abastecer o estado de Roraima, que ainda não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Novo presidente da PPSA. O governo escolheu o ex-presidente da ENBPar, Luis Paroli, para comandar a estatal. O executivo já foi aprovado pelo conselho da PPSA e vai assumir o cargo em 1º de abril, em substituição a Tabita Loureiro, que vinha ocupando o cargo interinamente e seguirá como diretora técnica da companhia.
Inflação. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) sugeriu que o Banco Central estude a exclusão de alimentos e energia do cálculo oficial da inflação. E afirmou que “não adianta aumentar juros que não vai baixar o preço do barril de petróleo, isso é guerra, é geopolítica”, disse. O ministro defendeu que o aumento de juros seja feito sobre o que tenha “mais efetividade na redução da inflação”.
Biodiesel. O movimento para a promoção da Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil divulgou nota manifestando preocupação com o avanço de iniciativas contrárias à mistura de biodiesel no diesel. Também classificou essas ações como retrocesso, em especial no ano em que o país sedia a COP30.
O etanol foi mais competitivo do que a gasolina em quatro estados na semana de 16 a 22 de março. Na média das pesquisas postadas no país, o etanol tinha paridade de 68,66% ante a gasolina no período, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da ANP elaborado pela AE-Taxas.
- Os preços médios do etanol hidratado caíram em 12 estados, subiram em 8 e no Distrito Federal e ficaram estáveis em 6 estados na semana.
Revisão tarifária. O Conselho Superior Agergs, a agência reguladora do Rio Grande do Sul, decidiu acatar parcialmente o recurso da Sulgás sobre a revisão tarifária de 2024 — que resultou na aprovação de uma margem aquém da pleiteada pela concessionária.
- A distribuidora do grupo Compass saiu, ao fim, vitoriosa na discussão sobre o ponto mais controverso do processo, após a Agergs voltar atrás na exclusão dos tributos sobre a renda no cálculo da margem.
Consumo de energia. O crescimento da demanda global por energia acelerou a 2,2% em 2024, bem acima da média de 1,3% registrada entre 2013 e 2023, avalia a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), em relatório divulgado na segunda (24). Economias emergentes lideraram o aumento e representaram mais de 80% do total.
- A agência atribui o resultado ao aumento no uso de eletricidade global devido aos recordes de temperatura, consumo industrial, eletrificação do transporte e crescimento de unidades de data center e inteligência artificial.
Veículos elétricos. A Organização Mundial do Comércio (OMC) discutiu na segunda (24) o pedido da China para a criação de um painel de disputa com o objetivo de revisar as tarifas antidumping da União Europeia sobre novos veículos elétricos a bateria originários do país asiático.
- A solicitação foi feita em resposta às tarifas definitivas impostas pela UE em outubro de 2024, que, segundo Pequim, não respeitaram as normas da OMC.
Opinião: A participação ativa da iniciativa privada será fundamental ao longo de toda a implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, escrevem as advogadas da área de Ambiente, Clima e Mineração do BMA Advogados, Fernanda A. Tanure, Marina Maciel e Ana Carolina C. Duque.
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