Santiago Peña, presidente do Paraguai, reagiu às acusações de que o da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estaria espionando seu país.
Em entrevista concedida à Rádio Mitre, da Argentina, o presidente chamou o caso de “notícia bastante desagradável”.
Segundo depoimentos de agentes da Agência Brasileira de Inteligência à Polícia Federal, o governo brasileiro realizou um ataque hacker direcionado ao governo paraguaio. O objetivo seria obter dados sigilosos para favorecer o Brasil nas negociações sobre as tarifas da usina de Itaipu.
Esse episódio causou uma tensão diplomática com o Paraguai e levou o governo do país vizinho a chamar de volta seu embaixador no Brasil, Juan Ángel Delgadillo. Além disso, Santiago Peña exigiu explicações detalhadas do sobre o incidente
Peña associou o episódio a um fato histórico:
“O Paraguai enfrentou uma guerra de extermínio na Tríplice Aliança, liderada pelo Brasil”, disse, referindo-se ao conflito de 1864 a 1870.
“O Brasil ficou em nosso território por quase uma década. São feridas que buscamos curar, e isso as reabre”.
Na entrevista, concedida na sexta-feira, 4 de abril, o presidente disse que o Paraguai vê com tremenda preocupação a suposta tentativa da Abin de ter acesso a dados sigilosos do governo paraguaio. Também afirmou que a ação não reflete a amizade que o Paraguai deseja com o Brasil, sócio no Mercosul e na gestão de Itaipu.
“Queremos deixar para trás essa história de ódio”.
O ataque hacker visava obter informações da hidrelétrica binacional, essencial para ambos os países. Peña pediu uma parceria mais forte, mas o episódio expõe tensões históricas e atuais.
Em 1864, a República do Paraguai entrou em guerra com o Império do Brasil, que fazia parte da Tríplice Aliança. Na ocasião, o presidente paraguaio, Solano López, tinha planos expansionistas para o país.
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