“O Negro Manuel foi um dos motivos que levou o Papa a ter um carinho e um amor especial por Cabo Verde”, disse o cardeal, à margem de uma missa celebrada hoje, no arquipélago.
Arlindo Furtado afirmou que o Papa era amigo de Cabo Verde e tinha intenção de visitar o país.
“O processo [de beatificação] segue o seu curso. Acredito que ele teria um grande desejo de avançar para o próximo passo, que é, pelo menos, a beatificação do Negro Manuel. O processo começou com ele, quando era arcebispo de Buenos Aires. Não conseguiu levá-lo até ao fim, mas espero que, junto de Deus, interceda para que isso aconteça”, afirmou.
Em dezembro, a Diocese de Santiago de Cabo Verde avançou com o processo de canonização de Manuel Costa de Los Ríos, conhecido como “Negro Manuel”, para se tornar no primeiro santo de Cabo Verde.
Manuel de Los Ríos, que pertenceu à Diocese de Santiago, foi batizado em Cabo Verde antes de ser vendido como escravo.
Arlindo Furtado é um dos 13 cardeais lusófonos que irão participar na escolha do sucessor do Papa Francisco, no que considerou ser “um privilégio para o país”, acreditando na ajuda divina do “espírito santo” para que seja escolhido “alguém à altura dos desafios da Igreja e do mundo”.
Para Arlindo Furtado, o futuro Papa deve ser “um homem não só da Igreja, mas com dimensão mundial”, que sirva “como Francisco serviu, num momento em que o mundo precisava de alguém como ele”, concluiu.
Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
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