Por mais de uma década após o fim da Segunda Guerra Mundial, agentes da CIA investigaram pistas sobre a possível fuga de Adolf Hitler para a América do Sul, mesmo após o mundo acreditar que o ditador nazista havia morrido em Berlim, em 1945. A revelação está em documentos desclassificados da agência de inteligência norte-americana. O tema volta à tona agora com o anúncio do governo argentino de que vai liberar documentos confidenciais sobre nazistas que se esconderam no país nas décadas seguintes à guerra.
Adolf Hitler
Segundo os registros históricos, Hitler e sua esposa Eva Braun se suicidaram em 30 de abril de 1945, em um bunker subterrâneo na capital alemã. Os corpos foram queimados parcialmente e enterrados em uma cratera de bomba. Soldados soviéticos exumaram os restos mortais e os identificaram por registros dentários. Parte do material foi destruída posteriormente pela KGB, que preservou apenas a mandíbula e um pedaço do crânio, atualmente sob posse russa.
Apesar das confirmações oficiais da morte, teorias da conspiração se espalharam, sugerindo que Hitler teria escapado pela rota de fuga conhecida como ratline — uma rede secreta de fuga usada por nazistas para fugir da Europa — e se refugiado na América do Sul. A CIA chegou a considerar essas suspeitas, conforme mostram arquivos desclassificados.

Em um documento de outubro de 1945, agentes dos EUA informaram o FBI sobre um possível esconderijo de Hitler em La Falda, na Argentina. Um hotel-spa na região, de propriedade de uma família simpatizante do nazismo, teria sido preparado para abrigá-lo em caso de emergência. A dona do hotel e seus parentes tinham laços antigos com o partido nazista e chegaram a conviver com Hitler durante visitas à Alemanha nos anos 1930.

Outra pista surgiu em 1955, quando um agente da CIA, identificado como “CIMELODY-3”, relatou ter recebido uma foto de um homem muito parecido com Hitler, tirada em uma praia em Tunja, na Colômbia. A imagem teria sido entregue por um amigo que conversou com Phillip Citroen, ex-soldado da SS nazista, que afirmou com convicção que Hitler estava vivo na América do Sul, vivendo sob o pseudônimo “Adolf Schrittelmayor”. Ainda segundo Citroen, Hitler teria deixado a Colômbia rumo à Argentina em janeiro de 1955.
Apesar das investigações, o próprio relatório da CIA admitiu que seriam necessários “enormes esforços com poucas chances de resultados concretos”, sugerindo o encerramento da operação. Desde então, nenhum outro documento público indica que a busca continuou.
A possibilidade de que Hitler tenha escapado permanece sem provas concretas. No entanto, sabe-se que milhares de nazistas realmente utilizaram as ratlines para fugir da justiça.
Estima-se que cerca de 10 mil criminosos de guerra tenham encontrado refúgio em países da América Latina — especialmente na Argentina.
Os que escaparam
Casos notórios comprovam a rede de proteção. Em 1960, agentes do serviço secreto israelense capturaram Adolf Eichmann, um dos principais arquitetos do Holocausto, em Buenos Aires. Ele foi julgado e executado em Jerusalém.
Outro exemplo é Josef Mengele, médico de Auschwitz conhecido como “Anjo da Morte”, que escapou e morreu no Brasil em 1979 sem nunca ter sido pego ou levado a julgamento.
Arquivos argentinos abertos
Agora, em uma decisão histórica, o governo argentino promete abrir todos os arquivos relacionados a nazistas que se esconderam no país.
“O presidente determinou que todos os documentos relevantes de qualquer instituição estatal sejam tornados públicos, porque não há razão para mantê-los classificados”, afirmou o ministro do Interior, Guillermo Alberto Francos.
Segundo o Buenos Aires Times, os arquivos incluem registros bancários, movimentações financeiras e detalhes sobre a rede de fuga nazista. A expectativa é que os novos documentos ajudem a esclarecer o papel da Argentina como refúgio de criminosos de guerra após o fim do regime nazista.
Fonte: The New York Post
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