Equatorianos na Venezuela são impedidos de votar no segundo turno presidencial

247  Mais de 10 mil equatorianos residentes na Venezuela foram impedidos de votar no segundo turno das eleições presidenciais do Equador, realizado neste domingo (13), informa o Brasil de Fato. A denúncia foi feita por representantes locais da Revolução Cidadã, movimento da candidata Luisa González, que disputa a presidência contra o atual chefe do Executivo, Daniel Noboa.

A decisão de suspender a votação foi comunicada na véspera do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, que alegou falta de “condições logísticas e de permissão” para realizar a eleição no consulado em Caracas. No entanto, segundo lideranças da comunidade, a representação diplomática equatoriana já havia recebido autorização oficial do governo venezuelano para realizar o processo eleitoral. Eles acusam o CNE de agir de forma coordenada com o governo Noboa para impedir votos de eleitores favoráveis à oposição.

“Dizer que não tem condições é mentira, porque o CNE pode mudar o colégio eleitoral antes de celebrar a votação. Se tem problema com esse colégio, muda para outro”, afirmou Eliana Correa, assembleísta da Revolução Cidadã para a América Latina, Caribe e África. “O próprio governo venezuelano nos deu apoio e autorização para isso. O que vemos é falta de vontade política e operatividade. Tiraram o direito desses 10 mil equatorianos.”

A suspensão do voto em Caracas ocorre em um momento de tensão diplomática entre Equador e Venezuela, agravada após a invasão da embaixada do México em Quito, em abril deste ano, por forças equatorianas. A ação visava a prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas, que havia recebido asilo político do governo mexicano. Como resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro rompeu relações diplomáticas com o Equador e ordenou o fechamento da embaixada e dos consulados venezuelanos no país.

Apesar da crise diplomática, o consulado equatoriano em Caracas segue operando com apoio da Suíça, que atua como intermediária. Segundo Eliana Correa, essa estrutura era suficiente para garantir a votação.

Atualmente, cerca de 300 mil equatorianos vivem na Venezuela, sendo mais de 10 mil aptos a votar. Historicamente, a maioria dos votos no país vizinho favorece a Revolução Cidadã. Em 2013, o ex-presidente Rafael Correa venceu com 70,94% dos votos venezuelanos. Para a oposição, esse apoio popular explica o impedimento da votação.

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