Entenda como funciona a eleição que vai definir o futuro da Venezuela – Mundo – CartaCapital

Os venezuelanos vão às urnas no próximo domingo 28 para decidir, após um longo e tenso processo eleitoral, se o chavismo representado por Nicolás Maduro seguirá no poder ou se a oposição, comandada por Edmundo González e María Corina Machado, dará os  rumos do país nos próximos anos.

No país vizinho, cerca de 21 milhões de eleitores estão registrados para votar. O total de pessoas que devem ir às urnas amanhã é incerto, principalmente, por dois motivos. 

O primeiro tem relação com o êxodo de venezuelanos nos últimos anos. Quase 8 milhões de venezuelanos saíram do país graças à crise econômica, o que inclui cerca de 4 milhões de eleitores. 

O segundo dependerá do nível de participação, que vem caindo nos últimos anos. Segundo dados das autoridades eleitorais do país, a participação chegou a 79% em 2013, quando Maduro venceu o pleito para suceder o ex-presidente Hugo Chávez. Já em 2018, o percentual caiu para 46%. Na Venezuela, o voto não é obrigatório. 

A votação de amanhã ganha ainda mais relevo pelo fato de que não há segundo turno na Venezuela. O sistema é simples: ganha quem tiver a maior quantidade de votos, independentemente de uma porcentagem mínima.

Na urna, o eleitor venezuelano deverá se deparar com uma situação incomum para o padrão de votação brasileiro, mas ordinário por lá. 

Como o votante tem acesso a uma lista de fotos dos candidatos junto com os partidos que os apoiam, é normal que fotografias se repitam. A de Maduro, por exemplo, deverá aparecer treze vezes. A do seu principal opositor, Edmundo González, por outro lado, apenas três.

Embora a urna seja eletrônica, o voto é impresso em um comprovante e cabe ao eleitor depositar o papel em uma urna física. 

A votação deverá ser longa, começando às 6h da manhã (7h do horário de Brasília) e seguindo até as 18h (19h do horário de Brasília). O resultado do pleito deverá sair no final da noite de amanhã ou no início da madrugada da segunda-feira 29. Apenas o resultado final é divulgado na Venezuela, já que a lei eleitoral do país proíbe a divulgação de pesquisas boca-de-urna e mesmo de resultados parciais.

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