O empresário brasileiro Y. contou ao Portugal Giro que sofreu xenofobia e foi vítima de um ataque violento na última terça-feira na saída de um bar na Rua Rosa, uma das mais famosas áreas turísticas da capital de Portugal.
- Em Portugal: Agredida e despejada, brasileira vai morar numa barraca
- Agressão: Notificado em janeiro para deixar Portugal em 20 dias, brasileiro ainda aguarda decisão
Ele passou por uma cirurgia na última quinta-feira para implantar duas placas de titânio no maxilar, que foi quebrado com a violência do golpe. O agressor, que falava português, teria usado um soco inglês.
Segundo Y., ele e um amigo saíam do bar por volta de 22h depois de assistirem ao jogo entre Barcelona e Benfica pela Liga dos Campeões.
Y. disse que um homem se aproximou para tentar vender orégano como se fosse maconha, prática que persiste há décadas nas ruas mais turísticas de Portugal. Com a recusa, o criminoso partiu para a violência.
— Veio um cara nos abordar, querendo vender essas drogas que são mato. Negamos e me lembro que ele falou “vocês são brasileiros” e coisa e tal. Fui saindo, dei uns passos em frente e, na covardia, levei um golpe, provavelmente com soco inglês — disse Y.
O segurança do bar socorreu o brasileiro, que foi levado para o hospital em uma ambulância.
— Quando levantei, o segurança do bar veio me ajudar, falando que eram dois irmãos de uma gangue que todo mundo conhece na região — contou Y.
O brasileiro mora com a família em Lisboa há cerca de sete anos e nunca tinha sido vítima de violência. Após a notícia se espalhar no grupo de amigos, mais casos vieram à tona.
— O filho adolescente dos herdeiros de uma grande empresa brasileira, que vive aqui em Lisboa, sofreu uma violência parecida com a minha.
A Rua Rosa reúne bares na área do Cais do Sodré. Comerciantes e frequentadores têm reclamado da violência e criticaram a decisão da prefeitura, que instalou câmeras de vigilância pela cidade, mas excluiu a Rua Rosa.
Y. contou que os criminosos são conhecidos. A polícia disse para ele em uma ocasião que não pode fazer nada porque eles não vendem drogas.
O empresário disse que se lembra da fisionomia dos irmãos e que irá à delegacia para fazer a ocorrência e insistir no prosseguimento da investigação. Um policial esteve no local no dia da agressão:
— Falei (com a polícia), mas estava desnorteado e ainda sem saber direito o que tinha acontecido e sangrando muito. A minha boca caiu na altura do meu peito. Fiquei em choque.
O bar, segundo Y., teria câmera de vigilância. A coluna entrou em contato com a administração do local, mas não teve resposta.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) foi procurada, mas ainda não respondeu.
Crédito: Link de origem