Embaixada de Portugal em Angola investigada por suspeitas de gestão irregular e aluguer ilícito de imóveis – Últimas

A denúncia foi feita pelo atual embaixador de Portugal em Angola, que, ao chegar a Luanda, se deparou com a situação, a qual se considera ilegal e que persistia há vários anos.

A gestão da Embaixada de Portugal em Angola, sob a responsabilidade de dois ex-embaixadores, está a ser investigada por suspeitas de irregularidades financeiras. A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito para apurar possíveis responsabilidades criminais. A informação foi avançada pelo “jornal Sol”.

O cerne da investigação prende-se com a existência de uma contabilidade paralela. A Inspeção-Geral Diplomática e Consular (IGDC) do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) concluiu que os diplomatas João Caetano da Silva e Pedro Pessoa e Costa terão obtido milhares de euros com o aluguer ilícito de apartamentos do edifício da Embaixada a delegados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), bem como a estagiários. Esses valores terão sido utilizados para cobrir despesas pessoais e de representação do Estado, contrariando as normas contabilísticas estabelecidas.

A denúncia foi feita pelo atual embaixador de Portugal em Angola, que, ao chegar a Luanda, se deparou com a situação, a qual se considera ilegal e que persistia há vários anos.

Em relação às penalizações, os dois diplomatas foram suspensos por 20 dias, ao longo de um ano. A decisão, considerada leve, é justificada pelos instrutores do processo pela carreira “imaculada” dos envolvidos e pela confissão dos próprios João Caetano da Silva e Pedro Pessoa e Costa, que reconheceram estar cientes dos pagamentos, mas nada fizeram para os travar.

O processo foi remetido à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal de Contas, que deverão investigar as possíveis responsabilidades financeiras e criminais associadas a este caso.