EM MAPUTO: Jovens da RENAMO, FRELIMO e MDM unem-se em prol de processos eleitorais pacíficos e sem desinformação
A acção decorreu através de uma capacitação em “matéria eleitoral e técnicas de mitigação do discurso de ódio e desinformação nos processos eleitorais”, que contou com apoio do Projecto de Democracia e Eleições do PNUD e do Instituto Nacional para a Democracia (NDI).
Membros dos três partidos com assento no Parlamento debatendo os temas da formação (fases do ciclo eleitoral método usado na distribuição de mandatos por círculo eleitoral e por partidos concorrentes, etc), durante os trabalhos de grupo UNDP/Mateus Fotine
Durante os três dias, os participantes foram doptados de conhecimentos sobre a legislação eleitoral moçambicana; o sistema eleitoral; o conceito de ciclo eleitoral; os princípios orientadores e padrões universais na gestão de processos eleitorais; o método usado na distribuição de mandatos por círculo eleitoral e por partidos concorrentes; técnicas de mobilização de potenciais eleitores e mitigação do discurso de ódio e desinformação nos processos eleitorais.
Membros dos três partidos com assento no Parlamento debatendo os temas da formação (fases do ciclo eleitoral método usado na distribuição de mandatos por círculo eleitoral e por partidos concorrentes, etc), durante os trabalhos de grupo UNDP/Mateus Fotine
FIJ é uma plataforma que integra organizações juvenis dos partidos políticos com assento parlamentar (FRELIMO, RENAMO e MDM), criado com apoio do NDI, para servir de espaço de aprendizagem, consultas e troca de experiências entre jovens sobre os desafios comuns e estratégias de se ultrapassar. Em períodos eleitorais, o Fórum serve de canal para as organizações juvenis se comunicarem com a juventude e o eleitorado em geral, através de mensagens de mobilização para maior participação e sensibilização de jovens para não envolvimento em actos de violência eleitoral.
Adélia Mate, membro do Fórum Interpartidário da Juventude (FIJ) representando a Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido Frelimo UNDP/Mafuqueni Júnior
Jovens apontam os ganhos da formação
Para os participantes, a formação proporcionou-lhes conhecimentos essenciais sobre o processo eleitoral moçambicano e momentos de troca de experiências e convívio harmonioso entre jovens de diferentes partidos políticos.
Para Adélia Mate, membro da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido Frelimo, “é de parabenizar e louvar essa oportunidade dada a nós jovens. O jovem tem conhecimento. Precisa apenas de programas deste tipo para que possa expressar as opiniões e adquirir conhecimentos sobre várias temáticas eleitorais.”
Ela destacou a necessidade de maior promoção da mulher nos processos eleitorais, prometendo usar os conhecimentos adquiridos para sensibilizar as lideranças políticas do seu partido político para um maior engajamento de mulheres e jovens. “Percebi que ter o homem e a mulher activos no processo eleitoral permite que os dois pensem e tragam melhores soluções. É esta a mensagem que levaremos para organização e para o partido” rematou.
Ezequiel Inácio, membro do Fórum Interpartidário da Juventude (FIJ) representando a Liga Nacional da Juventude da Renamo (LNJR) UNDP/Mateus Fotine
Para Ezequiel Inácio, membro da Liga Nacional da Juventude da Renamo (LNJR), o programa serviu para clarificar definição de alguns conceitos, como o ciclo, o sistema e o recenseamento eleitorais. “Eu achava que o tipo de recenseamento que usamos não era bom, mas percebi que esse tipo é o adequado para o nosso contexto”, confessou.
Felizarda Sitoe, membro do Fórum Interpartidário da Juventude (FIJ) representando a Liga da Juventude do MDM (LJMDM) UNDP/Mafuqueni Júnior
O desejo da Felizarda Sitoe, jovem da Liga da Juventude do MDM (LJMDM), é ver esta formação a ser ministrada em outras províncias do País para beneficiar mais jovens e expandir o conhecimento sobre a democracia. “Todos os temas foram interessantes, eu não tinha noção de como funcionam as nossas eleições. Levarei o aprendizado para os jovens do meu partido, de outros partidos e aos apartidários”.
“Somos adversários políticos, não inimigos”
Na abertura do evento, os representantes do PNUD e do NDI destacaram a importância do diálogo interpartidário propiciado pela iniciativa. Para os participantes, a união dos diferentes partidos foi um dos marcos do programa. “Durante a formação, vi a união dos três partidos. Aprendemos muito uns dos outros”, revelou Felizarda. “A interação com outros jovens foi proveitosa”, disse Ezequiel Inácio. A Adélia concorda com o Ezequiel e acrescenta que a presença de outros partidos ensinou-lhe que “não é bom julgar sem antes conhecer”.
Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Dom Carlos Matsinhe, discursando no encerramento da formação UNDP/Mafuqueni Júnior
Presente na cerimónia de encerramento, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Dom Carlos Matsinhe, defendeu que “a união dos três partidos políticos é um testemunho de que o amor pela pátria está acima das diferenças partidárias”. Na mesma senda, o Director do NDI, Zefanias Matsimbe, congratulou a parceria com o PNUD para realização de um sonho de reunir os três maiores partidos do país para dialogar sobre a democracia, num ambiente sem conflitos.
Assessor Técnico Principal PNUD, Andrés del Castillo, discursando no encerramento UNDP/Mafuqueni Júnior
Para o Assessor Técnico Principal PNUD, Andrés del Castillo, a formação realizou-se num momento oportuno, uma vez que os jovens constituem o maior grupo dos potenciais eleitores para as próximas eleições de 09 de Outubro e não só. “Para o PNUD este é um momento histórico. A maioria dos potenciais eleitores são jovens e esta iniciativa permite que vocês conheçam o sistema eleitoral em vigor em Moçambique, assim como as melhores práticas para a mitigação do discurso de ódio e da desinformação nos processos eleitorais”.
Momento em que os participantes debatem ideias apos a realização de trabalhos de grupo, coordenados pelo Director Nacional do NDI, Zefanias Matsinhe UNDP/Mateus Fotine
Notas para os editores:
Sobre o Projecto de Democracia e Eleições do PNUD:
- O “Reforço da Democracia e dos Processos Eleitorais em Moçambique” é um projecto do PNUD, com a duração de quatro anos, concebido para reforçar o sistema democrático e eleitoral em Moçambique e baseia-se no apoio eleitoral anterior e nas lições aprendidas à medida que o país entra no seu ciclo eleitoral, incluindo o período que antecede as Eleições Autárquicas de 2023 e as Eleições Gerais de 2024.
- O projecto de Democracia e Eleições do PNUD é desenvolvido com base no pedido formal do Governo de Moçambique, na recomendação da Missão de Avaliação de Necessidades (NAM) conduzida pelas Nações Unidas em Abril de 2021, nos relatórios dos observadores eleitorais internacionais sobre as eleições de 2019, e está alinhado com o Documento de Programa do PNUD para o País (CPD) e o Plano Quinquenal do Governo de Moçambique 2020-2024 (Programa Quinquenal do Governo, PQG).
Sobre o Instituto Nacional para a Democracia (NDI):
- O NDI (National Democratic Institute) é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, apartidária e que trabalha com parceiros locais para apoiar as instituições e práticas democráticas em todas as regiões do mundo há mais de quatro décadas e em Moçambique desde 1992.
Para mais informações:
PNUD:
Mateus Fotine, Oficial de Informação e Relações Externas, +258 879880203, mateus.fotine@undp.org
NDI:
Augusto Sixpence, Oficial de Programas, +258 84 237 9575, asixpence@ndi.org
FIJ:
Adérito Mapera, +258 84 669 4016, adema_88@hotmail.com
FIM
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