Economia da Guiné Equatorial deverá sofrer deterioração de 4%, mas São Tomé e Príncipe deverá crescer 2,7% em 2025 – BAD

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê uma deterioração de 4% da actividade económica da Guiné Equatorial este ano e um ligeiro crescimento de 0,2% em 2026, sempre em linha com a produção e preço do petróleo, anunciou a instituição.

O mais recente membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é o único a “vermelho” na tabela das previsões de crescimento para este ano, a par do Sudão (num guerra civil há mais de dois anos), com um recuo na economia associado “a um declínio projectado na produção e procura de petróleo bruto e nos preços dos hidrocarbonetos”.

“Em 2026, prevê-se uma ligeira recuperação, com uma taxa de crescimento de 0,2%, dependente da produção de petróleo e dos investimentos no setor das pescas”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado à Guiné Equatorial no relatório de Perspectivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

O banco nota que a Guiné Equatorial “pretende revitalizar o seu sector petrolífero com uma nova ronda de licenciamentos, em 2025, para aumentar a exploração e produção de hidrocarbonetos”.

Noutros indicadores, a inflação deverá ser de 2,4% em 2025 e de 2,6% em 2026, abaixo do limite de 3% da União Monetária da África Central.

A Guiné Equatorial registou um crescimento do PIB de 1,7% em 2024, após uma contração de 5,1% em 2023, enquanto a inflação desceu ligeiramente para 1,8% no último ano, em comparação com 2,5% em 2023.

Para 2025, o saldo orçamental será deficitário em 1,2% do PIB, passando para 1,6% do PIB em 2026, “devido à quebra da receita orçamental associada a uma menor actividade petrolífera” – que deverá também fazer com que “o défice da balança corrente aumente ainda mais, para 3,7% do PIB em 2025 e 4,1% do PIB em 2026”, escreveu o BAD.

Por outro lado, o BAD previu uma evolução “cautelosamente positiva” da economia de São Tomé e Príncipe, com um crescimento de 2,7% em 2025 e 4,4% em 2026, segundo a mais recente análise ao país.

A previsão é justificada com “preços relativamente elevados de cacau”, em que o arquipélago é rico, “de turismo, das obras públicas e dos investimentos programados em infra-estruturas”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a São Tomé e Príncipe do relatório de Perspetivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

“A inflação deverá continuar a descer e atingir 7% até 2026, o que melhorará o poder de compra das famílias”, previu o BAD.

A subida de preços do cacau e uma redução da fatura de combustíveis importados (com os quais se produz electricidade no país), a par de uma recuperação do turismo, já tinham ajudado São Tomé e Príncipe a crescer (0,4% em 2023 e 0,9% em 2024), recordou a instituição, notando ainda um recuo da inflação, que, ainda assim, se fixou em 14,5% em 2024.

Para este ano, prevê-se que o défice orçamental caia para 2,5% e 1,4% do PIB em 2026.

O AEO 2025 foi publicado, durante as reuniões anuais do BAD que decorrem em Abidjan, Costa do Marfim, cujo tema central é a mobilização dos recursos do continente, libertando-o de dependência externa.

Incentivada por uma Linha de Crédito Alargada do Fundo Monetário Internacional (FMI), a disciplina orçamental deverá ajudar a reduzir a dívida pública para menos de 55% do PIB até 2027” e o défice da balança corrente “deverá melhorar em 2025-26”, mais uma vez, impulsionado pelos elevados preços do cacau, melhoria do turismo e preços moderados do petróleo.

Entretanto, as perspectivas macroeconómicas de Angola como desafiantes, prevendo taxas de crescimento de 3% este ano e 3,6% em 2026, numa análise à situação do país.

“Os efeitos combinados da queda dos preços globais do petróleo (…) e o impacto potencial das tarifas recíprocas de 32% dos EUA, reduzirão as receitas e restringirão o crescimento do PIB para 3% em 2025 e 3,6% em 2026”, segundo o BAD, abaixo do “valor base” considerado pelo BAD que é de 4%.

A inflação deverá “manter-se elevada, em 23,4%, em 2025, impulsionada pelos preços dos alimentos e pela desvalorização da moeda, mas poderá descer para 17,7% em 2026”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a Angola no relatório de Perspectivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

Segundo o banco, o défice orçamental de Angola deverá aumentará de 1,7% do PIB em 2025 para 2,1% em 2026, “reflectindo o aumento das despesas para revitalizar a economia e a caminho das eleições de 2027”.

A dívida pública deverá crescer para 63,9% do PIB em 2025, mas “continua sustentável, numa perspectiva futura e abaixo do limite de 70%, do FMI”.

A queda da produção e dos preços do petróleo pesará sobre as exportações, reduzindo o excedente da balança corrente para menos de 3% do PIB em 2025-26.

O Banco Africano de Desenvolvimento previu uma evolução “cautelosamente positiva” da economia de São Tomé e Príncipe, com um crescimento de 2,7% em 2025 e 4,4% em 2026, segundo a mais recente análise ao país.

A previsão é justificada com “preços relativamente elevados de cacau”, em que o arquipélago é rico, “de turismo, das obras públicas e dos investimentos programados em infraestruturas”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a São Tomé e Príncipe do relatório de Perspectivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025, hoje divulgado.

“A inflação deverá continuar a descer e atingir 7% até 2026, o que melhorará o poder de compra das famílias”, previu o BAD.

A subida de preços do cacau e uma redução da fatura de combustíveis importados (com os quais se produz eletricidade no país), a par de uma recuperação do turismo, já tinham ajudado São Tomé e Príncipe a crescer (0,4% em 2023 e 0,9% em 2024), recordou a instituição, notando ainda um recuo da inflação, que, ainda assim, se fixou em 14,5% em 2024.

Para este ano, prevê-se que o défice orçamental caia para 2,5% e 1,4% do PIB em 2026.

Entretanto, as perspectivas económicas “favoráveis” à Guiné-Bissau poderá a crescer 5,6% em 2025 e 5,8% em 2026, impulsionada pela agricultura, mas limitada pela instabilidade e corrupção, segundo uma análise ao país.

Os sectores primário e secundário “em expansão”, a par de aumentos do investimento e do consumo final dão um empurrão decisivo à economia, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado à Guiné-Bissau no relatório de Perspectivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

A inflação deverá descer para 2,7%, em 2025, e 1,8%, em 2026, “devido à estabilização dos preços internacionais”.

O país cresceu 4,4% em 2023 e 5% em 2024, conduzido pelas indústrias agroalimentares, forte produção de caju, instalação de fibra ótica e fornecimento de electricidade através do projecto regional do rio Gâmbia, indicou o BAD – com a inflação a descer de 7,2% em 2023 para 3,6% em 2024.

“Na vertente orçamental, prevê-se que o défice diminua gradualmente para 3,6% do PIB em 2025 e para 1,6% em 2026, devido a uma gestão orçamental mais rigorosa. Isto deverá reduzir o rácio dívida/PIB para 76,2% em 2025 e para 72,8% em 2026”, acrescentou.

O défice da balança corrente também deverá melhorar, atingindo 5% do PIB em 2025 e 3,9% em 2026, “impulsionado por uma recuperação das exportações, especialmente de castanha de caju”.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) previu ainda uma “recuperação do sector extrativo” em Moçambique, que deverá impulsionar um crescimento da economia “para 2,7% em 2025 e 3,5% em 2026”, segundo uma análise à situação do país.

“A inflação deverá aumentar para 4,8% em 2025 e crescer ainda mais para 5,2% em 2026, devido ao aumento dos preços dos alimentos locais”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a Moçambique no relatório de Perspectivas Económicas Africanas de 2025.

As previsões para Moçambique sucedem a um crescimento mitigado do PIB de 1,8% em 2024, devido ao “declínio da produção nas indústrias extrativas e na agricultura”, após um crescimento de 5,4% em 2023, nota o BAD – recordando também a descida da inflação: 7% em 2023 e 3,2% em 2024.

Agora, o défice orçamental “deverá aumentar para 5,4% do PIB em 2025 e depois diminuir para 4,5% em 2026 devido à consolidação orçamental”.

No caso de Moçambique, os principais riscos para o crescimento incluem “as alterações climáticas, a agitação social e os seus efeitos nas atividades económicas, os cortes na ajuda externa e as tensões comerciais” a nível mundial.

O BAD, citado pela Lusa, considera urgente melhorar a eficiência das despesas públicas, diversificar os mercados de exportação e fomentar o diálogo “entre todos os partidos políticos”.

Um dos indicadores apontados na análise diz respeito ao baixo rácio impostos/PIB, a rondar 23%, “situando-se abaixo dos padrões regionais, sinalizando um potencial fiscal não realizado”.

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