Cinco temporadas, 54 gols, 22 assistências e um poder de decisão fora do normal com pouquíssima idade. Neymar passou como um furacão pelo Campeonato Brasileiro, torneio em que se mostrou ao mundo esbanjando técnica, habilidade e um amplo arsenal ofensivo nos primeiros anos de carreira. Doze anos depois, o craque pode iniciar sua sexta participação no torneio, contra o Fluminense, hoje, às 21h30, no Maracanã.
Aos 33 anos, seu estilo de jogo mudou bastante. Ele começou como um atacante franzino e driblador que sempre criava uma forma de encontrar espaço dentro ou fora da área para suas precisas finalizações.
No Barcelona, passou a jogar mais aberto no ataque. Já no PSG, virou um meio-campista, posição na qual se afastou do gol, mas em que aproveita melhor seus dribles e visão de jogo. É essa última versão que reestreia no maior palco do futebol brasileiro, que, mais de uma década depois, passou a caminhar na direção da intensidade e da compactação de linhas, oferecendo menos espaço que nos anos iniciais do craque.
O momento físico de Ney não é dos melhores. Sofrendo com lesões nos últimos dois anos e neste início de passagem pelo Santos, ele voltou a treinar com o elenco na última terça-feira, após 33 dias tratando um problema muscular na região posterior da coxa esquerda.
No período longe dos gramados, foi convocado e cortado da seleção brasileira, viu seu nome envolvido em polêmicas na esfera pessoal, recebeu (e rebateu) críticas e acompanhou o Santos chegar a duas rodadas sem vencer.
Entre todas as temporadas que disputou no Brasileiro, foi em 2010 que Neymar mais balançou as redes: 17 gols (e quatro assistências). Em 2012, registrou o maior número de participações em gols: 22 (com 14 gols e oito assistências). Nas duas ocasiões, o Santos terminou em oitavo.
A grande dúvida que paira sobre Neymar é seu futuro. O jogador tem contrato se encerrando no dia 30 de junho. Na prática, além do confronto com o tricolor, só faria mais nove jogos de Brasileiro até o fim do atual vínculo: Atlético-MG, São Paulo, Bragantino, Grêmio, Ceará, Corinthians, Vitória, Botafogo e Fortaleza. Um calendário nada fácil e no qual contar com o atacante seria essencial. O clube espera ampliar o contrato do ídolo.
— Tenho falado que a parte mais difícil foi fazer o Neymar voltar para o Brasil e para o Santos. Foi a negociação mais complexa. A gente sabe que seu objetivo neste retorno não foi financeiro. Foi desportivo, para não só contribuir com a reconstrução do Santos, mas também estar bem para a Copa do Mundo. Eu estou otimista — disse Pedro Martins, CEO do Santos, no sorteio da terceira fase da Copa do Brasil, na semana passada.
Crédito: Link de origem