Hugo Russo é um daqueles inseridos no universo de milhares que vivenciaram o sonho de seguir a carreira como jogador de futebol, mas viram a bola bater na trave. “Na Ponte Preta, cheguei a subir para o profissional, mas não joguei”, conta ele, que também passou por Gil Vicente de Portugal, XV de Piracicaba e Santos, entre categorias de base e principal, mas sem uma sequência que lhe permitisse a realização de uma trajetória de sucesso dentro dos gramados. Por outro lado, diferentemente de muitos, que se frustram com os imprevistos do mundo da bola e buscam caminhos longe do esporte, Hugo conseguiu se encontrar em outra modalidade.
O beach tennis entrou na vida desse araraquarense como um lazer. O envolvimento com a prática aprimorou a técnica. E a brincadeira se tornou coisa séria a partir de 2019. Tão séria que hoje ele é um dos principais atletas do Brasil quando o assunto é golpear a bolinha com uma raquete no piso de areia.
Hugo, de 28 anos, filho de Juca Russo, que foi treinador da seleção brasileira juvenil de beach tennis, está entre os destaques do CT Lucas Sousa, de Campinas, o maior complexo da modalidade do mundo. Até a última semana, ele ocupava a posição 16 no ranking mundial. De quinta-feira até sábado, o atleta esteve em uma competição na Flórida, o BT 200 de Singer Island, depois de conquistar, no final de semana anterior, o título do BT 200 da Martinica, no Caribe, um evento com premiação de US$ 15 mil, ao lado de Leonardo Branco. Na decisão, a dupla brasileira superou os favoritos franceses Theo Irigaray, 12º do mundo, e Mathieu Guegano, 9º colocado, com as parciais de 4/6, 6/1 e 10/5.
Hugo Russo ao lado de Leonardo Branco na conquista do BT 200 da Martinica, no Caribe, no início de novembro (Divulgação)
Após a conquista, Hugo celebrou. “Vivencio a melhor temporada da minha carreira, com sete finais e dois títulos. Estou contente com o nível que estou jogando e ansioso para os próximos desafios”, destacou, lembrando ainda da conquista neste 2023 do BT 200 de São José do Rio Preto, também ao lado de Leo Branco. Ainda nesta semana, entre sexta-feira e sábado, o atleta participa do BT 400 de Aruba, com uma premiação de US$ 50 mil. No ano passado, ele ganhou o BT 50 Guarapari atuando com o irmão mais novo, Augusto Russo.
Hoje, Hugo agradece por não ter seguido carreira no futebol. “Me sinto realizado no beach tennis com as metas pessoais que estou alcançando”, justifica o atleta.
O CT Lucas Sousa colocou Campinas e região como polos importantes do beach tennis mundial. O local sediou em outubro o Super Tour – Sand Series Valinhos, o último Grand Slam do ano no circuito, e dirigentes internacionais elogiaram o evento e sua organização. O Brasil realiza hoje três dos sete torneios da série Sand Series na temporada. “É correto dizer que o Brasil é o local do beach tennis no momento”, elogia Ben Philipp, gerente da modalidade da Federação Internacional de Tênis.
O campeão da competição de Valinhos foi justamente o principal atleta do CT Lucas Sousa, o espanhol radicado em Campinas, Antomy Ramos, que conquistou o título ao lado do russo Nikita Burmakin. Antomy ocupa atualmente a quinta colocação do ranking mundial.
Outro destaque do CT é Daniel Mola, 17˚ do mundo. Neste 2023, Mola foi campeão do BT 200 Palmas, ao lado de Allan Oliveira, e do BT 200 Indaiatuba, junto com Leo Branco.
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Hugo Russo, destaque do CT Lucas Sousa, de Campinas (Divulgação)
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