Cabo Verde é o país convidado do 21.º Festival MED, que acontece em junho, em Loulé, no Algarve, e cuja programação inclui música, gastronomia, cinema e artes plásticas, anunciou hoje a organização.
“Mornas, cachupa, tabanca, pano di terra, grogue, funaná e muito mais: os sons, cores e sabores do Arquipélago de Cabo Verde vão assentar arraiais na Zona Histórica de Loulé, de 26 a 29 de junho, na 21.ª edição do Festival MED”, segundo a organização do festival.
A programação do MED referente ao país convidado da edição deste ano foi desvendada hoje, numa conferência de imprensa no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa.
Cabo Verde irá apresentar “a sua diversidade musical, cultural e gastronómica, através de vários eventos ao longo dos dias do festival”. Algo que para o diretor do Festival MED, Carlos Carmo, “permite criar uma programação ainda mais diversificada e global, trazendo a Loulé a excelência da cultura cabo-verdiana”.
A programação musical inclui um concerto de homenagem à cantora cabo-verdiana Sara Tavares, que morreu em novembro de 2023. O espetáculo conta com a participação dos Shout, da Banda Filarmónica Sociedade Artistas de Minerva, do projeto Mau Feitio e de outros músicos, cujos nomes serão anunciados em breve.
Além disso, estão confirmadas as atuações de Ceuzany, Ferro Gaita, de Dino D’Santiago com os Tubarões, e da Cesária Évora Orquestra, “projeto que celebra e mantém viva a obra da lendária ‘Diva dos Pés Descalços’”.
O nome de Cesária Évora surge também na programação do Cinema MED, que integra três filmes com ligação a Cabo Verde: “Sodade”, de Sarah Grace, que “explora temas profundos como amor, traição e ódio, através da história de personagens que vivem os desafios e dilemas da diáspora”, “Cesária Évora”, documentário de Ana Sofia Fonseca sobre a vida e carreira da “voz maior de Cabo Verde”, e “Kmêdeus”, de Nuno Boaventura Miranda, que “retrata a intrigante história de um excêntrico sem-teto da Ilha de São Vicente, conhecido por muitos como louco e por outros como um grande artista”.
Durante o festival, estará patente na Galeria Espírito Santo a exposição “Cartografias Transatlânticas”, que reúne obras de Fidel Évora, Jacira da Conceição, Amadeu Carvalho e Carlos Noronha Feio, “quatro artistas cuja ligação a Cabo Verde é simultaneamente íntima e deslocada”, visto que “vivem fora do Arquipélago, mas com ele constroem um diálogo contínuo — silencioso por vezes, mas sempre presente”.
O Claustro do Convento Espírito Santo, no centro de Loulé, irá acolher o “Pátio”, espaço onde “irão confluir todas as manifestações artísticas”.
Durante o MED, será possível assistir-se a tecelagem, panaria, olaria e cestaria a serem trabalhadas ao vivo, provar-se comida e bebida típica de Cabo Verde, e ouvir-se músicos a tocar batuque e cavaquinho ao vivo.
Além disso, “pelas ruas e ruelas da Zona Histórica de Loulé irão desfilar grupos de animação que trazem algumas das manifestações artísticas e ritmos tradicionais como a tabanca, o são djon, o batuque e a txabeta, misturando danças e tambores”.
No espaço dedicado ao público ‘júnior’, o MED Kids, o contador de histórias Adriano Reis irá partilhar contos e jogos infantis cabo-verdianos.
Para o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, a edição deste ano do MED “torna-se ainda mais especial tendo Cabo Verde como país convidado”.
“Loulé conta com uma numerosa comunidade cabo-verdiana residente e, nesse sentido, ter este evento com a chancela do 50.º aniversário da independência de Cabo Verde será motivo de grande alegria. Por outro lado, esta programação multidisciplinar é de uma importância incalculável para divulgar a cultura de um país com o qual temos laços tão fortes”, afirmou o autarca.
O Dia da Independência de Cabo Verde assinala-se em 05 de julho.
Em março, a Câmara Municipal de Loulé, que organiza o Festival MED, anunciou que este ano o festival irá apresentar “90 horas de música, 54 concertos, 338 músicos, 27 nacionalidades, 12 palcos, 100 expositores de artesanato, duas exposições de arte e 12 grupos de artistas de rua”.
O cartaz inclui Salvador Sobral, que vai fazer uma apresentação com a espanhola Sílvia Pérez Cruz, Carminho, O Gajo & As Sanfonas da Ponte Velha, Stereossauro, Ana Lua Caiano e Pedro Joia, os três últimos num projeto preparado para o festival.
O maliano Vieux Farka Touré, Jeneile Osborne, mais conhecida como Queen Omega, de Trinidad e Tobago, a porto-riquenha iLe, o galês Cerys Hafana, as portuguesas Milhana, A Garota Não, Valter Lobo vão também marcar presença no MED.
Systema Solar (Colômbia), Barrut (França), Balqeis (Egipto), Fulu Miziki (República Democrática do Congo), Sofian Saidi (Argélia), Justin Adams & Mauro Durante (Reino Unido/Itália), Shkoon (Síria /Alemanha), Alain Pérez y la Orquesta (Cuba), Paulo Flores (Angola), Tarwa-N-Tiniri (Marrocos) estão também confirmados no 21.º MED.
Lusa
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