O Colégio Americano de Medicina do Estilo de Vida (ACLM) publicou nesta terça-feira (10) a primeira diretriz com estratégias claras e práticas sobre como pessoas com pré-diabetes e diabetes tipo 2 podem otimizar seu estilo de vida para reduzir ou eliminar a necessidade de medicamentos. O documento, publicado na revista científica American Journal of Lifestyle Medicine, oferece um roteiro abrangente e baseado em evidências para que os médicos incorporem intervenções terapêuticas do estilo de vida como base do tratamento.
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Embora as diretrizes já existentes para o controle do diabetes mencionem o estilo de vida como parte do tratamento, elas geralmente não fornecem detalhes específicos sobre como incorporar essas mudanças na rotina. Um aspecto único da nova diretriz é justamente trazer recomendações claras e práticas, incluindo estratégias para avaliar hábitos de vida básicos, prontidão para mudança e coaching em saúde, além de uma estrutura para a desprescrição de medicamentos após intervenções bem-sucedidas no estilo de vida.
“Muitas diretrizes de prática clínica reconhecem a importância dos fatores de estilo de vida como primeira consideração de tratamento, mas não fornecem aos médicos as ferramentas práticas necessárias para prescrever mudanças sustentáveis de comportamento no estilo de vida”, afirma a endocrinologista e autora da diretriz, Mahima Gulati, em comunicado. “A nova diretriz é a primeira a oferecer estratégias detalhadas e explícitas de mudança de estilo de vida para tratar pré-diabetes e diabetes tipo 2 com o objetivo clínico de alcançar a remissão. Essas estratégias se aplicam não apenas a esta diretriz exclusiva, mas também apoiarão outras diretrizes de prática clínica existentes para doenças crônicas que recomendam mudanças de comportamento no estilo de vida.
A nova diretriz prioriza os seis pilares da medicina do estilo de vida como componentes-chave da base para estratégias de tratamento e remissão. São eles:
- Nutrição predominantemente à base de plantas;
- Atividade física;
- Sono restaurador;
- Gerenciamento do estresse;
- Conexão;
- Prevenção de substâncias de risco.
Um crescente corpo de pesquisas demonstra como mudanças no estilo de vida podem retardar ou prevenir o diabetes tipo 2 e, em alguns casos, alcançar a remissão, permitindo que os medicamentos sejam reduzidos ou eliminados. No entanto, essas intervenções continuam subutilizadas e nenhuma diretriz anterior se concentrou explicitamente em intervenções no estilo de vida e mudanças comportamentais como tratamento essencial para diabetes tipo 2 e pré-diabetes.
Além disso, a diretriz é a primeira a adaptar as recomendações nutricionais ao objetivo específico de um indivíduo com diabetes tipo 2 ou em risco de desenvolvê-lo, como remissão, controle ou prevenção (de pré-diabetes ou diabetes gestacional).
O número de adultos vivendo com diabetes no mundo ultrapassou 800 milhões, mais que quadruplicando desde 1990, de acordo com dados divulgados pela The Lancet, no ano passado. Por isso, ela é considerada a doença definidora do século XXI. O número de pessoas com pré-diabetes, que correm risco aumentado de desenvolvimento da condição, é maior ainda. Por isso, a diretriz aborda os dois públicos.
“(A nova diretriz) eleva a intervenção no estilo de vida de uma recomendação periférica a uma abordagem central no tratamento do diabetes. Esta diretriz é um divisor de águas na forma como tratamos uma das doenças crônicas mais disseminadas e debilitantes da nossa época”, afirma , Meagan Grega, autora da diretriz, médica de família e membro do conselho da ACLM.
O documento é endossado pela Associação Americana de Endocrinologia Clínica, Associação de Medicina da Obesidade, Academia Americana de Médicos Associados, Associação Americana de Enfermeiros, Colégio Americano de Farmacologia Clínica, Academia Americana de Medicina do Sono, Associação de Especialistas em Cuidados e Educação em Diabetes e o Conselho Nacional de Coaches de Saúde e Bem-Estar. A diretriz recebeu a “Afirmação de Valor” da Academia Americana de Médicos de Família e conta com o apoio da Academia de Nutrição e Dietética.
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