Destruídas 226 infraestruturas de administração pública em Moçambique

“O primeiro aspeto que posso colocar aqui, no quadro das destruições que ocorreram por conta das manifestações e também agravadas pelos eventos extremos, estamos a fazer um levantamento de infraestruturas de administração pública destruídas e até ao momento fizemos em cerca de sete províncias e temos cerca de 226 infraestruturas destruídas total e parcialmente”, disse o ministro de Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa.

 

 O governante falava hoje aos jornalistas no final dos esclarecimentos que prestou à Comissão de Administração Pública e Poder Local sobre o PQG 2025-2029 que vai ser debatido em plenária na Assembleia da República, na próxima semana.

Inocêncio Impissa, que apontou que o país “regrediu” em consequência das destruições durante as manifestações e também por ciclones que ocorreram no país desde outubro passado, avançou que há um “exercício paralelo” para o Governo conhecer os valores globais necessários para as reconstruções e reabilitações de infraestruturas, apontando estarem-se a desenhar “pacotes específicos” para o efeito, em face dos gastos não constarem do Programa Quinquenal do Governo (PQG) que vai a debate na próxima semana.

“Pode haver várias fontes [para financiar a reconstrução e reabilitação]”, adiantou o ministro de Administração Estatal e Função Pública, reconhecendo que a primeira fonte vai ser o Orçamento do Estado.

“Mas aí podemos crer que naturalmente, pelo volume de recursos, poderá não ser suficiente. Já agora o nosso PQG é aprovado com alguma recessão em termos de custos de quanto vai ser necessário para o financiar, então, esta despesa adicional para nós era uma despesa extra até a altura que foi antevisto o projeto do PQG, [e] não tínhamos tido esta confusão toda que resultou em destruição”, concluiu, justificando a necessidade de mobilizar recursos para o efeito.

Moçambique viveu nos últimos cinco meses a pior contestação aos resultados eleitorais desde as primeiras eleições multipartidárias (1994) liderada pelo político Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados das eleições de 09 de outubro, com protestos em que cerca de 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Jude, registou ainda os ciclones Chido, em 14 de dezembro, e Dikeledi, em 13 de janeiro, totalizando estes três cerca de 170 mortos.

O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.

O país é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Leia Também: Polícia moçambicana impede marcha contra “perseguição e baleamentos”

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.