Das armas do PSG aos problemas do Atlético de Madrid, o que Botafogo pode tirar do jogo entre próximos rivais
Quando duas equipes do primeiro escalão do futebol europeu se enfrentam, normalmente a torcida brasileira apenas aprecia. Mas a goleada do Paris Saint-Germain, da França, por 4 a 0 sobre o espanhol Atlético de Madri foi diferente para os botafoguenses. No mesmo grupo que os dois na Copa de Clubes, os alvinegros puderam observar como estão seus próximos oponentes. E receberam notícias tanto animadoras quanto preocupantes.
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O copo meio vazio, obviamente, fica por conta do PSG, adversário do Botafogo na quinta-feira. O time francês mostrou que o auge técnico apresentado na reta final da Liga dos Campeões está mantido. Coletivamente, os jogadores seguem em sintonia, trocando de posições sem deixar buracos e se antecipando às movimentações dos companheiros.
A ausência de Dembelé, que se recupera de lesão, não foi sentida. O PSG teve muitos protagonistas, todos do meio para a frente — não por demérito da defesa, mas porque o atual campeão europeu teve domínio absoluto da partida e jogou a maior parte do tempo no campo do Atlético.
O maior destaque foi Vitinha. O meia português foi o grande articulador da equipe. Com uma movimentação intensa, apareceu em todas as faixas do campo para trabalhar jogadas com os companheiros. Sua atuação foi premiada com um gol, o segundo da partida, aos 46 da etapa inicial.
A verdade é que todo o trio de meio-campistas do PSG se saiu bem. Fabián Ruiz se apresentou constantemente na área e também atuou como articulador. Seu gol, o primeiro da partida (aos 18) é fruto deste posicionamento. O espanhol apareceu livre para concluir com força da altura da meia-lua.
Se o meio do PSG exigirá muita atenção do Botafogo, pelos lados não será diferente. Principalmente o direito de ataque dos franceses (esquerda de quem defende). Hakimi e Doué se alternam por ali, confundindo a marcação, e cruzam ou entram na área quase sempre com muita eficiência.
O primeiro gol teve participação importante de Doué, que conduziu a bola até Kvaratskhelia dentro da área. Já a jogada do terceiro (de Mayulu, aos42 do segundo tempo) passa pela infiltração de Hakimi.
Na esquerda, o perigo é o georgiano Kvaratskhelia. O camisa 7 costuma levar a melhor no jogo de corpo, ganhando disputas e fazendo bem o pivô; finaliza com perigo e tem boa movimentação, não ficando preso em seu lado do ataque. Foi o outro grande nome do jogo, com duas assistências e uma bola no travessão.
O copo meio cheio do ponto de vista botafoguense evidentemente foi a atuação do Atlético. Como esperado, o time espanhol se defendeu em linhas baixas, deixou o PSG ficar com a bola e esperou pelas oportunidades de contra-ataque. Só que, quando elas vieram, foram sabotadas pelo excesso de erros.
A impressão deixada é que estar em fim de temporada pesou mais para a equipe de Simeone. Faltou entendimento entre os jogadores, sobraram erros individuais e alguns nomes que deveriam aparecer mais tiveram uma atuação muito discreta — sem contar o próprio treinador argentino, que não conseguiu fazer a leitura correta do jogo.
Chamaram a atenção alguns problemas que, se votarem a aparecer diante do Botafogo, poderão ser explorados por Renato Paiva. São eles a falta de marcação em frente à própria área (de onde saíram as finalizações de dois gols) e a dificuldade em se defender pelo corredor esquerdo.
No entanto, é preciso ponderar que, contra o Botafogo, daqui a uma semana, o Atlético deve ter um comportamento diferente e ser mais propositivo. Uma versão mais fiel deve ser vista contra o Seattle Sounders, na próxima quinta. Outro jogo para os alvinegros ficarem de olho.
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