O Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde 1975, escolheu Daniel Francisco Chapo, governador da província de Inhambane, como candidato a Presidente da República nas eleições gerais de 9 de Outubro.
A escolha de Daniel Chapo pelo Comité Central, que conta com 254 membros, surgiu apenas ao terceiro dia de reunião extraordinária daquele órgão, convocado inicialmente apenas para sexta-feira, e após votação interna, tendo Chapo obtido 225 votos (94,1%) a favor da sua eleição.
“Vamos trabalhar com base no programa da Frelimo para a vitória no dia 9 de Outubro (…) Esta é mais uma missão, à semelhança de tantas outras que já foram exercidas”, disse Chapo, em declarações aos jornalistas logo após a conclusão da sessão extraordinária do Comité Central do partido, no domingo à noite.
“Vamos trabalhar com todo os estratos sociais (…) Estamos a falar dos jovens, das mulheres, dos homens, dos combatentes, incluindo os meus amigos aqui, da comunicação social, que fazem um excelente trabalho para o desenvolvimento do nosso país e vamos continuar a trabalhar juntos”, acrescentou, agradecendo a “confiança depositada” pelos membros do Comité Central, que “representam seis milhões de militantes”.
Daniel Chapo, 47 anos, será assim o candidato à sucessão de Filipe Nyusi, Presidente da República desde 2014, que é também presidente da Frelimo, e que já não pode concorrer ao cargo nestas eleições, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
Nyusi, na sua intervenção na reunião do Comité do partido, afirmou que esta eleição terminava com a “especulação”, recusando qualquer ideia de que iria tentar mudar a Constituição para obter um terceiro mandato e declarou total apoio a Daniel Chapo.
“Terminou a novela das especulações, incluindo a especulação do terceiro mandato (…) Especulavam por medo. A Frelimo respeita as leis e não havia nenhuma razão de especular porque está na lei”, disse.
“Vamos todos carregar a ele. Ele é a primeira cara do nosso partido nas eleições do dia 9 de Outubro”, acrescentou Nyusi.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, em 2000, Daniel Francisco Chapo nasceu em Inhaminga, província de Sofala, centro de Moçambique, em 6 de Janeiro de 1977, sendo por isso o primeiro candidato da Frelimo nascido já depois da independência do país (1975).
A comissão política aprovara na sexta-feira uma lista de pré-candidatos com os nomes de Roque Silva, secretário-geral do partido, Daniel Chapo e Damião José, este membro daquele órgão, que levou no mesmo dia à reunião extraordinária do Comité Central que se iniciou pouco depois na escola do partido, na Matola, arredores de Maputo.
Após dois dias de intenso debate interno no Comité Central, em torno da lista proposta, a comissão política acrescentou os nomes de Esperança Bias, presidente do Parlamento, e de Francisco Mucanheia, conselheiro do Presidente da República, enquanto Damião José acabou por sair da corrida, segundo fontes do partido.
Daniel Francisco Chapo fez o curso de Conservador e Notariado em 2004 e dez anos depois concluiu o mestrado em Gestão de Desenvolvimento pela Universidade Católica de Moçambique. Foi ainda docente de Direito Constitucional e Ciências Políticas, trabalhou como locutor na Rádio Miramar, na cidade da Beira, e foi nomeado conservador para o distrito de Nacala-Porto em 2005.
Em Novembro de 2015 assumiu as funções de administrador do distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, e em Março de 2016 foi nomeado governador da província de Inhambane.
O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de Outubro é 10 de Junho.
Moçambique vai realizar em 9 de Outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.
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