DanBred Brasil fortalece presença no Paraguai com nova exportação e parceria estratégica – O Presente Rural
A suinocultura brasileira ocupa uma posição de destaque mundial, sendo referência em produtividade e qualidade. No entanto, a atividade enfrenta desafios constantes relacionados à sanidade animal. Entre os principais agentes infecciosos que ameaçam a produção está o Circovírus Suíno tipo 2 (PCV2), um vírus de alta variabilidade genética, capaz de causar doenças severas e impactar diretamente o desempenho econômico dos plantéis.
Nos últimos anos, a evolução dos genótipos do PCV2 alterou o cenário epidemiológico da doença, exigindo novas estratégias de prevenção e controle. Para compreender a importância desta mudança, é essencial conhecer a natureza do vírus, sua evolução e o panorama atual da suinocultura brasileira frente à diversidade genética do PCV2.
O que é o PCV2?
O Circovírus Suíno tipo 2 (PCV2) é um vírus de DNA simples, pequeno, não envelopado e extremamente resistente no ambiente. Foi identificado pela primeira vez na década de 1990 e, desde então, é o agente responsável pelas doenças associadas à circovirose suína.
Esta síndrome abrange uma variedade de quadros clínicos, incluindo a síndrome multissistêmica do definhamento pós-desmame (PMWS), distúrbios respiratórios, problemas reprodutivos, além da síndrome de dermatite e nefropatia por circovírus. “O vírus é capaz de infectar os suínos em diferentes fases da produção, desde leitões recém-desmamados até animais em fase de terminação e reprodutoras. Em casos clínicos evidentes, a infecção leva a emagrecimento progressivo, linfadenopatia, dificuldade respiratória e mortalidade elevada. No entanto, o PCV2 também pode se manifestar de forma subclínica, resultando em queda no desempenho zootécnico e aumento do tempo para atingir o peso de abate, sem sinais clínicos claros”, elucida Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal
A capacidade do PCV2 de causar danos consideráveis, tanto em casos clínicos quanto subclínicos, torna a sua presença uma preocupação permanente para a cadeia produtiva da suinocultura.
Desde sua descoberta, o PCV2 demonstrou uma notável capacidade de evolução. Essa característica é responsável pela diversidade genética que o vírus apresenta atualmente. Com base em diferenças na sequência genética, nove genótipos de PCV2 foram classificados, nomeados de PCV2a até PCV2i.
Entre esses, três genótipos são considerados mais relevantes: PCV2a, PCV2b e PCV2d. O PCV2a foi o primeiro genótipo identificado e, durante muitos anos, permaneceu como o mais comum nos plantéis de todo o mundo. Foi a partir dele que se desenvolveram as vacinas comerciais ainda amplamente utilizadas.
Com o tempo, o PCV2b emergiu e rapidamente se tornou o genótipo predominante, associado a surtos mais severos e a uma maior carga viral nos animais infectados. Em seguida, o PCV2d ganhou espaço, sendo atualmente detectado com frequência crescente em vários países produtores, incluindo o Brasil.
A situação atual no Brasil
O Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo, acompanha de perto a dinâmica de circulação do PCV2. Estudos indicam o desaparecimento do PCV2a em amostras recentes, sendo o PCV2b atualmente o genótipo mais prevalente nas granjas brasileiras. Este genótipo é especiSualmente comum em suínos jovens, na fase de creche, embora também tenha sido encontrado em animais em outras fases de produção.
O PCV2d, por sua vez, vem ganhando espaço, sendo frequentemente detectado em suínos na fase de terminação e em matrizes.
Sua presença crescente é motivo de atenção, pois estudos sugerem que ele pode estar associado a quadros clínicos de maior severidade e a surtos em rebanhos previamente vacinados. “Outro ponto importante é a detecção de coinfecções, tanto entre diferentes genótipos do PCV2 quanto entre o PCV2 e outros vírus, como o PCV3. As coinfecções tendem a agravar os quadros clínicos, dificultar o diagnóstico e exigir uma abordagem sanitária ainda mais rigorosa”, afirma o profissional.
O papel da vacinação e os novos desafios
A introdução da vacinação contra o PCV2 foi um marco na história da suinocultura moderna. Com a vacinação em larga escala, observou-se uma queda acentuada na incidência de formas clínicas graves da doença e uma melhoria geral nos índices produtivos.
Entretanto, a prevalência de outros genótipos evidencia a necessidade de soluções inovadoras que incorporem antígenos dos genótipos emergentes para ampliar a proteção dos suínos. Além disso, a aplicação correta das vacinas, no momento adequado e com reforço quando necessário, é fundamental para garantir a resposta imunológica desejada.
Vale ressaltar que o controle efetivo do PCV2 une a imunização dos animais a implementação de rigorosos programas de biossegurança, que reduzem a circulação viral dentro das granjas, e de práticas adequadas de manejo e nutrição, que favorecem a saúde geral dos animais. “Diante evolução genética do PCV2, a incorporação de testes de genotipagem nos diagnósticos de rotina é outra estratégia que permite identificar rapidamente mudanças na dinâmica do vírus e antecipar ações de controle”, reforça Pedro
O desenvolvimento de vacinas de segunda geração, mais abrangentes e capazes de proteger contra múltiplos genótipos, é uma tendência mundial que deve ser acompanhada de perto. A inovação tecnológica, combinada a políticas sanitárias bem estruturadas e a um sistema de diagnóstico eficiente, será a chave para manter a competitividade do setor suinícola brasileiro no mercado global.
Fonte: Assessoria Ceva Saúde Animal
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