CVMA 2025: Maioria dos nomeados vai marcar presença na gala que está orçada em 25 mil contos

Já está tudo a postos para a realização da 14.ª edição dos Cabo Verde Music Awards (CVMA) que acontece no âmbito dos 50 anos da Independência de Cabo Verde. Segundo a organização, a música teve “um papel tão importante no processo de independência”, logo a premiação da música não podia ficar de fora desta celebração.

“As peças do lego já estão todas em cima da mesa, agora é só fazer a montagem até criarmos aquela coisa bonita que acontece no dia 7 de junho. Portanto, não há aqui imprevistos que tenham acontecido, não há nada que tenha fugido ao nosso controlo”, disse a diretora de Comunicação dos prémios, Soraia de Deus, numa conferência de imprensa realizada nesta terça-feira, 22, na cidade da Praia.

Segundo a mesma fonte, apenas a seleção dos nomeados tem sido um trabalho “um pouco ingrato” para a Academia, que tem que ouvir centenas de músicas e escolher só quatro ou três por categorias. Este ano os CVMA contam com 34 artistas nomeados em 19 categorias.

A 14.ª edição dos Cabo Verde Music Awards está orçada em cerca de 25 mil contos e acontece no dia 7 de junho, no Porto da Praia.

Seleção dos nomeados, um processo exaustivo

Com 34 artistas nomeados, dos quais 30 já confirmaram presença na gala, o critério de seleção é minucioso. A academia responsável é composta por produtores, managers, artistas que não estão nomeados, representantes de rádios, televisão e comunicação social, conforme explica a organização.

“A Academia recebe uma lista bastante exaustiva que é feita através das nossas rádios parceiras daquilo que foi lançado no ano anterior, estamos a premiar, neste caso, o 2024. (…) Por exemplo, a lista da Kizomba deste ano tinha mais de 80 músicas para ouvir. (…) Depois é preciso pontuar essas canções e a soma dessa pontuação desses 35 elementos da academia, que resultam nos nomeados.”

A organização reconhece que as escolhas nem sempre agradam a todos. “Só temos 4 ou 3 por categoria, portanto todas essas escolhas pressupõem sempre que há artistas que ficam menos felizes porque este ano não estão nomeados ou não estão nas categorias que gostariam de estar. Mas faz parte do processo dos CVMA, faz parte também do trabalho da Academia ter de fazer esta seleção e este trabalho difícil muitas vezes, mas o que eu digo sempre é os artistas que não estão este ano com certeza vão estar no próximo ano se continuarem a fazer um bom trabalho.”

Novas categorias: Batuku e Kotxi Pó

Um dos destaques deste ano é a introdução de duas categorias novas: Batuku do Ano e Kotxi Pó do Ano. “O Funaná foi um ritmo, digamos assim, renegado durante alguns anos. Depois veio com uma afirmação de cabo-verdianidade e dos ritmos tradicionais de Cabo Verde. E que este ano tem esse braço, que já é um filho que está a emancipar, que é o Kotxi Pó. E por reconhecermos esse filho que está a emancipar, que este ano estamos a consagrar ao Kotxi Pó uma categoria”.

Apesar do Batuku ser um ritmo consagrado, Soraia de Deus explica que a produção desse género não justificava até então premiá-lo como uma categoria individual. “Depois de observar a produção do Batuku e que foi imensa e com imensa expressão, não só em Cabo Verde, mas em todo o lado, pelo mundo inteiro, decidimos que este ano fazia todo o sentido que o Batuku tivesse a sua própria categoria.”

Paulo de Carvalho: uma presença simbólica e histórica

Este ano, o convidado especial da gala é o artista português Paulo de Carvalho, que “teve um papel tão importante no 25 de Abril, sendo uma voz ativa contra o fascismo, muito apologista da independência das colónias, da igualdade entre povos, e ter esse símbolo não só de música gigante, mas também de humanismo, de humanidade, com todo esse conteúdo, com toda essa história que ele transporta, e tê-lo aqui entre nós, vai ser maravilhoso.”

Segundo a organização, o convite já vem de outras edições, mas devido à agenda nunca tinha sido possível. “Se calhar não tinha sido possível porque estávamos à espera deste momento, de celebrar juntos os 50 anos da Independência, que para ele também é um marco tão especial.”

Cooperação com projetos portugueses

A edição de 2025 marca também a cooperação entre os Cabo Verde Music Awards e os PLAY– Prémios da Música Portuguesa, bem como com a Sociedade Portuguesa de Autores. O intercâmbio entre eventos vai permitir que artistas nomeados e premiados de ambos os países tenham palco cruzado, ampliando o alcance da música cabo-verdiana em Portugal e vice-versa.

Além disso, a parceria com a Sociedade de Autores visa apoiar jovens talentos cabo-verdianos, oferecendo-lhes apoio financeiro e estrutural para consolidar as suas carreiras. “E a ideia é garantir que os nossos artistas de revelação tenham essa continuidade da carreira deles.”

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