O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, reconheceu nesta quinta-feira (29) que o país recebe petróleo e derivados da Venezuela graças a uma “fórmula” secreta que evita as sanções dos Estados Unidos.
Díaz-Canel fez a declaração em seu podcast “Desde la presidencia”, dedicado em sua última edição aos prolongados apagões diários sofridos pelo país, espaço do qual também participou o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy.
O ministro explicou que a Venezuela ainda era o principal fornecedor de petróleo bruto de Cuba, embora tivesse reduzido suas remessas nos últimos meses devido às sanções dos EUA contra Caracas.
As exportações, no entanto, continuavam porque Cuba e Venezuela haviam chegado a uma “fórmula”. “Estamos avançando e encontrando soluções”, acrescentou.
Díaz-Canel então declarou: “Uma fórmula que não vamos explicar para que eles não venham atrás de nós”.
O ditador disse que “uma das características mais importantes da intensificação do bloqueio”, em referência às sanções de Washington contra Havana, é a “perseguição financeira e a perseguição energética”.
De la O argumentou que se trata de uma “perseguição” ao setor energético cubano e que, como resultado dessas sanções, em várias ocasiões aconteceu que as transferências de pagamento pela importação de petróleo e seus derivados não chegaram aos fornecedores.
“É a perversidade de um bloqueio que alguns acreditam não existir”, acrescentou Díaz-Canel. As sanções dos EUA contra Cuba começaram na década de 1960 e, desde então, foram ampliadas e reforçadas em várias ocasiões.
O país está sofrendo uma profunda crise energética, que se agravou desde agosto de 2024, com cortes de energia que chegam a 20 horas por dia em grande parte de seu território. Nos últimos sete meses, também houve quatro apagões nacionais, dos quais Cuba levou dias para se recuperar.
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