CPLP apoia candidatura do Campo do Tarrafal a Património da Humanidade

A comunidade declarou “apoiar as novas candidaturas dos sítios dos estados-membros a Património Mundial da UNESCO, nomeadamente do Campo de Concentração do Tarrafal, por representar um marco na valorização da memória de resistência” dos povos contra “a ditadura, a opressão e o aniquilamento das liberdades” refere a declaração final, citada pelo Ministério da Cultura cabo-verdiano.

De acordo com aquele ministério, a declaração final foi assinada durante a III Reunião Extraordinária dos Ministros Cultura da CPLP, entre 05 e 07 de maio.

O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Augusto Veiga, considerou o apoio “importante” para os preparativos do país, juntamente com Angola, Guiné-Bissau e Portugal, para entrega do dossier de candidatura, “marcada para fevereiro de 2026, à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)”, segundo nota do ministério na Internet.

Há um ano, os presidentes de Portugal, Cabo Verde e Guiné-Bissau e o ministro da Defesa de Angola descerraram, no local, uma placa que assinalou os 50 anos da Libertação do Campo do Tarrafal.

Um total de 36 pessoas morreram no campo, a maioria, 32 mortos, eram portugueses que contestavam o regime fascista, presos na primeira fase do campo, entre 1936 e 1956.

A prisão reabriu em 1962 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinada a aprisionar anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde — altura em que morreram dois angolanos e dois guineenses.

A libertação de quem se opunha ao Estado Novo aconteceu poucos dias depois de o regime fascista ter sido derrubado com a revolução de 25 de Abril de 1974, em Portugal.

A declaração final da reunião de ministros da Cultura da CPLP contém 25 compromissos, entre os quais um dedicado à restituição de bens culturais.

Os governantes preveem “criar sinergias para que os estados membros possam definir estratégias e apelar a um diálogo aberto e inclusivo sobre a devolução e restituição de bens culturais, de acordo com os princípios das convenções internacionais nesta matéria”, acrescentou-se.

LFO // VM

Lusa/Fim

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