O centenário da primeira travessia aérea Portugal-Macau vai ser assinalado com um concurso de banda desenhada, promovido pela Câmara de Odemira, em parceria com o PNA – Plano Nacional das Artes.
O concurso, a decorrer entre abril e junho, é dirigido a alunos do ensino superior, ensino secundário e ensino básico (1.º, 2º e 3º ciclos).
A viagem aérea que ligou pela primeira vez Portugal a Macau em 1924 é mote para o projeto que celebra a efeméride no contexto da aviação internacional, bem como o impacto que teve no povo português e na vida política da época.
O concurso de banda desenhada pretende a promoção deste género literário, da expressão artística e espírito criativo dos concorrentes, contribuindo simultaneamente para a divulgação e conhecimento sobre este feito da aviação junto do público escolar.
As inscrições estão abertas para todos os alunos dos níveis de ensino referidos até dia 30 de junho e os concorrentes deverão apresentar um trabalho com o máximo de quatro pranchas originais em língua portuguesa e formato A3.
Também são aceites trabalhos realizados em formato digital, sendo que cada aluno poderá concorrer com mais do que um trabalho, desde que separadamente e com pseudónimos diferentes.
As candidaturas serão analisadas por um júri, que terá como critérios a criatividade, a originalidade e a qualidade gráfica.
Entre as propostas a concurso, serão atribuídos prémios monetários às melhores obras por cada nível de ensino e todos os alunos receberão um diploma de participação.
Os prémios serão entregues em setembro, no decurso das atividades que encerram as comemorações do centenário da Viagem Aérea Portugal – Macau.
As normas de participação estão disponíveis para consulta clicando aqui.
Há cem anos, a viagem aérea de Portugal a Macau constituiu um notável feito aeronáutico de destaque internacional.
Com a sua realização, Portugal competiu com êxito no plano das grandes viagens aéreas intercontinentais que então eram promovidas pelas grandes potências internacionais.
Mas, contrariamente a essas grandes potências, o Estado português não apoiou este raide. Foi o povo que se mobilizou para o financiar, através de ampla subscrição pública, numa ação solidária e entusiasta que galvanizou o país inteiro, desejoso de feitos que animassem os tempos sombrios da I República.
O raide foi sonhado e meticulosamente preparado pelos aviadores Brito Paes e Sarmento de Beires, com o apoio do mecânico Manuel Gouveia.
A 2 de abril, o avião «Pátria» (um Breguet 16) dirigiu-se da Amadora para Vila Nova de Milfontes (terra a que Brito Paes estava pessoalmente ligado), pela vantagem oferecida pela pista dos Coitos, a única que garantia a descolagem segura do avião em carga plena.
Partindo a 7 de abril, os aviadores viveram momentos de elevado risco, como o da aterragem de emergência na Índia, que danificou definitivamente o avião e obrigou à aquisição de um novo aparelho, igualmente custeado pelo povo português.
Os aviadores percorreram um total de 16.760 Km em 25 etapas, até aterrarem a 20 de junho em Shum-Chum, na China, após terem sobrevoado Macau, onde não conseguiram aterrar devido a um ciclone.
Cumpria-se então um feito pioneiro da aviação mundial e dele deixou Sarmento de Beires uma empolgante narrativa, recentemente reeditada.
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