Concorrente de Rebeca no Laureus, nadadora superou tumor no ovário com novo ouro olímpico

Mesmo que não seja a principal, a categoria que Rebeca Andrade pode ganhar hoje na 25ª edição do Prêmio Laureus, em Madri, é, sem dúvida, a que reúne as melhores histórias. A tradução literal é pobre: “Comeback of the Year” vira “Retorno do Ano”. Mas é mais que isso: a academia escolhe as histórias mais marcantes de superação, que culminaram em conquistas esportivas de altíssimo nível.

— Ter acidentes ou lesões já são momentos difíceis, mas encarar um tumor que poderia interferir na minha fertilidade como mulher, enquanto ainda buscava a classificação para minha segunda Olimpíada, foi algo muito difícil. Acredito que minha história pode tocar as pessoas justamente por isso — conta a nadadora australiana Ariarne Titmus, de 24 anos, em entrevista exclusiva ao GLOBO, também indicada por ser a primeira mulher em quase cem anos a defender com sucesso o ouro dos 400m livres, mesmo após a remoção de um tumor no ovário.

— Muitas mulheres passam pelo que passei, e acho importante ter falado abertamente sobre os meus desafios. É preciso que as pessoas entendam que atletas também enfrentam essas questões. Precisei lidar com tudo isso sob os olhos do público, enquanto tentava ser a melhor do mundo na minha modalidade. Isso que mais me orgulha. Saber que consegui seguir em frente.

Favoritas, Rebeca e Titmus têm concorrentes de peso na categoria, seja por história pessoal, seja por desempenho alcançado. Nomes conhecidos, como o também nadador Caeleb Dressel, dos EUA, que passou oito meses fora da piscina para priorizar a saúde mental antes de conquistar três medalhas em Paris-2024, também estão entre os indicados.

A esquiadora alpina suíça Lara Gut-Behrami, que venceu sua segunda Copa do Mundo oito anos após a primeira; e o piloto espanhol Marc Márquez, que pôs fim a uma seca de vitórias de mil dias na MotoGP após uma lesão no braço em 2020 que exigiu quatro cirurgias e o fez considerar a aposentadoria, também chamam a atenção.

Sobre Rebeca, a nadadora australiana revela que vê paralelos entre suas trajetórias. E identifica algo em comum que também serve de inspiração:

— Assim como eu tenho que competir contra uma das maiores de todos os tempos, a Katie Ledecky (americana, dona de 14 medalhas olímpicas), ela também compete contra uma gigante do esporte, a Simone Biles. Enfrentar um nome tão grande e ainda assim conquistar o que conquistou, tendo passado por uma lesão e voltado com tanta força… É realmente admirável — opina.

Biles, inclusive, também está em Madri e é uma das favoritas ao prêmio principal entre as mulheres em 2025, o de Atleta do Ano, que também tem indicação da jogadora de futebol Aitana Bonmatí, vencedora em 2024, da tenista Aryna Sabalenka, e de três mulheres do atletismo: Faith Kipyegon, Sydney McLaughlin-Levrone e Sifa Hassan. Entre os homens, concorrem o nadador Léon Marchand, Mondo Duplantis, do salto com vara, o tenista Carlos Alcaraz, o campeão mundial de F1 Max Verstappen e o ciclista Tadej Pogacar.

* O jornalista viaja a convite do Laureus

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