De 22 a 25 de maio, Lisboa acolhe o seminário “Como se constrói um país: diálogos interdisciplinares”, uma iniciativa que celebra os 50 anos da independência de Angola através de um programa alargado que integra debates, conferências e exibições cinematográficas. A programação decorre na Biblioteca Nacional de Portugal (22 e 23 de maio) e na Casa do Comum (24 e 25 de maio), com entrada livre.
Organizado pelo BUALA, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, o seminário propõe um olhar crítico e plural sobre as cinco décadas que se seguiram à proclamação da independência, a 11 de novembro de 1975.
Considerando a produção de conhecimento sobre Angola e sobre o colonialismo nas universidades portuguesas, é imperativo escutar e saber o que pensam os angolanos, como viveram ou narram os processos de Independência e os percursos da sua história nacional nas diversas áreas, construindo novas mundividências. Pretendemos contribuir para pensar estratégias e consolidar o conhecimento sobre o país, sob o pretexto do momento fundacional que foi a Independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975”.
Reunindo vozes de diferentes gerações e áreas do saber — entre docentes, investigadores, jornalistas, arquitetos e ativistas, na sua maioria angolanos —, a iniciativa visa pensar o percurso histórico, político e cultural do país, confrontando utopias e realidades.
Segundo a organização “interessa revisitar o passado, a ocupação colonial e os últimos 50 anos da história para pensar um país independente e consciente do caminho percorrido, entre a utopia e a vivência real, entre a libertação do jugo colonial e as condições materiais em que se vive na Angola de hoje.
Para isso, convocamos perspectivas intergeracionais trazidas pelos oradores, entre docentes, investigadores, jornalistas, arquitetos e ativistas, na grande maioria angolanos, a fazerem uma viagem pelas lutas, resistências, feridas e cicatrizes, pelas identidades (re)construídas, pelas expectativas e realidades, atravessando aspectos políticos, económicos, sociais e culturais do passado e presente de Angola”.
A curadoria do evento está a cargo de Marta Lança, editora e investigadora com uma longa relação com Angola, e das professoras Elisabete Vera Cruz e Leopoldina Fekayamãle, ambas com formação em ciências humanas.
O Seminário insere-se no mês de África e é de participação aberta, propondo assim, uma viagem pelas lutas de libertação, memórias do colonialismo, identidades reconstruídas, e os desafios contemporâneos de Angola, cruzando política, arte, história, educação e cultura.
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