Como “Portugal e o Futuro” abalou o Estado Novo

O livro “Portugal e o Futuro” foi publicado dois meses antes da revolução e agitou a sociedade e a políticas. O autor, António de Spínola, era um dos generais mais conhecidos do país e as posições que defendeu punham em causa os alicerces que sustentavam o regime.

A vitória nas guerras das colónias era impossível apenas por meios militares, sustentava Spínola, e por isso era necessário encontrar uma solução política. A ideia não era nova, mas nunca ninguém tão bem colocado na hierarquia do regime a tinha defendido de forma tão pública.

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O facto de o General Spínola, um dos mais prestigiados oficiais do regime o fazer, fez abanar o Governo de Marcelo Caetano, e inspirar alguns a juntarem-se à contestação que crescia nas fileiras militares.

João Céu e Silva, jornalista e autor de um livro que conta a história de “Portugal e o Futuro”, diz que Spínola nunca defendeu uma revolução ou o derrube do regime, apenas acreditava que a solução da guerra colonial se resolveria com uma solução política.

O livro foi preparado em segredo num apartamento e impresso em gráficas diferentes para escapar à vigilância do regime. Quando foi publicado, em fevereiro de 1974, havia quem acreditasse que ele fosse proibido e retirado de circulação pelas autoridades, mas isso nunca aconteceu e a primeira edição – tal como as seguintes – esgotaram em muito pouco tempo.

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