Comissão cobra informações sobre asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru — Rádio Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE VAI ANALISAR A CONCESSÃO DE ASILO DIPLOMÁTICO À EX-PRIMEIRA-DAMA DO PERU, NADINE HEREDIA, CONDENADA POR CORRUPÇÃO.
O COLEGIADO TAMBÉM VAI DISCUTIR A SUSPENSÃO DA COOPERAÇÃO JURÍDICA ENTRE BRASIL E PERU NOS CASOS LIGADOS À LAVA JATO. REPÓRTER PAULO BARREIRA.

Os requerimentos aprovados pela Comissão de Fiscalização e Controle são de autoria do senador Sergio Moro, do União Brasil do Paraná.
Ele quer esclarecimentos sobre a concessão do asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, e sobre o pedido de refúgio apresentado por ela ao Comitê Nacional para os Refugiados, o Conare.
A esposa do ex-presidente Ollanta Humala foi condenada pela Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Segundo o governo brasileiro, o asilo foi concedido por razões humanitárias, já que a ex-primeira-dama estaria em recuperação de uma cirurgia na coluna vertebral e acompanhada de seu filho menor de idade. Ela deixou a Embaixada do Brasil em Lima no mesmo dia da condenação, em 16 de abril, e chegou a Brasília a bordo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira.
Sergio Moro acusa o governo de falta de transparência ao citar que não houve explicações convincentes sobre o real estado de saúde de Nadine. Ele ainda questiona o uso da FAB para transportá-la até Brasília.

(sen. Sergio Moro) “Eu acho que nós temos que ter um escrutínio severo em relação a esse asilo concedido na Nadine Herédia, até para evitar que esse fato se repita e mostre, olha, estamos vigilantes aqui. É inaceitável que se cogite, não digo que está se cogitando, mas considerando os precedentes nós ficamos preocupados, a concessão de asilo a mais uma liderança latino-americana condenada por corrupção”. 

Sergio Moro também solicita explicações ao Ministério da Justiça sobre a suspensão da cooperação jurídica com o Peru em processos da Lava Jato. O senador alerta que essa decisão pode beneficiar empreiteiras envolvidas em corrupção e enfraquecer o combate à impunidade na América Latina. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Paulo Barreira.