Com críticas a Trump, Brasil e progressistas garantem comando da OEA

Na semana passada, o Brasil costurou uma aliança com Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia, e anunciou o apoio ao candidato do Suriname. A ofensiva brasileira abriu caminho para que o diplomata recebesse também o apoio de México, Canadá, Equador e outros países. Junto com os votos do Caribe, que ele já havia obtido, sua chapa ficou praticamente imbatível.

Como resultado, o candidato que havia cortejado a Casa Branca, o chanceler do Paraguai se retirou da corrida. Ele também tinha o apoio da Argentina, assim como de El Salvador. A constatação era de que, mesmo com um eventual apoio de Washington e do governo de Javier Milei, ele não teria votos suficientes para ser eleito.

A OEA era considerada como estratégica no plano da Casa Branca para reconquistar espaço na região. A esperança do governo Trump era de ter um aliado que pudesse chanceler sua ofensiva contra regimes de esquerda na América Latina, além de impor uma agenda ultraconservadora.

No final de 2024, Trump recebeu em sua residência em Mar a Lago (Flórida) o chanceler do Paraguai. Oficialmente, o encontro ocorreu para que ambos pudessem dialogar sobre a situação política na América Latina e contextos específicos como Cuba, Nicarágua e Venezuela. Mas a viagem teve outro objetivo: tentar fortalecer a campanha do paraguaio para ser o sucessor de Luis Almagro no comando da OEA.

Ramírez Lezcano ainda esteve com o bilionário Elon Musk, personagem que vem ganhando espaço até mesmo na composição da política externa de Trump. Para atrair o voto dos EUA, o Paraguai se aproximou ao voto americano em outros temas na ONU, além de adotar um discurso similar ao posicionamento da Casa Branca. Isso inclui críticas à ofensiva da China na região, à proteção dos interesses de Taiwan, alertas sobre o Irã e até mesmo sobre a imigração irregular.

O posicionamento do paraguaio agradava Marco Rubio, chefe da diplomacia de Trump, neto de cubanos exilados e que, ao longo dos anos, vem adotando um tom duro contra as ditaduras latino-americanas.


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