O volume de chuvas em Mato Grosso do Sul nas últimas semanas provocou a elevação significativa dos principais rios em MS monitorados pelo Instituto de Meio Ambiente (Imasul), com destaque para o rio Paraguai, que subiu mais de dois metros em Porto Murtinho.
As informações constam no boletim diário da Sala de Situação, divulgado nesta segunda-feira (28).
Monitoramento diário aponta avanço no nível dos rios
Com base nos dados coletados por 14 estações telemétricas distribuídas estrategicamente nas bacias dos rios Piquiri, Cuiabá, Paraguai, Miranda, Aquidauana, Taquari, Pardo, Aporé e Dourados, o Imasul indicou aumentos expressivos em diversas localidades.
O monitoramento é realizado com base no Sistema HIDRO, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), e os dados são públicos, podendo ser acessados no portal do SNIRH.
Entre os destaques do boletim, o rio Paraguai teve elevações nos seguintes pontos:
- São Francisco: de 547 cm para 587 cm (+40 cm)
- Ladário: de 201 cm para 233 cm (+32 cm)
- Porto Esperança: de 130 cm para 182 cm (+52 cm)
- Porto Murtinho: de 311 cm para 513 cm (+202 cm)
O gerente de Recursos Hídricos do Imasul, Leonardo Sampaio, explicou que o acompanhamento é essencial para mitigar impactos. “Essas informações são fundamentais não somente para acompanhar o comportamento dos rios, mas também para antecipar situações de risco, como inundações ou estiagens”, afirmou.
Segundo o Imasul, as chuvas registradas nas regiões Centro-Oeste e países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, têm contribuído para esse cenário de elevação, com maior impacto percebido no trecho sul do rio Paraguai.
A bacia do rio Miranda foi outra que apresentou comportamento significativo. Na localidade de Águas do Miranda (Bonito), a estação Estrada MT-738 atingiu cota de transbordamento, mantendo-se nesse nível por vários dias consecutivos, exceto na sexta-feira, quando esteve abaixo. As demais estações — como Aquidauana e Palmeiras — também apresentaram níveis próximos ao de alerta.
Segundo o analista ambiental Leandro Bortoluzzi, o acompanhamento contínuo subsidia ações preventivas. “Manter o acompanhamento diário é estratégico para a segurança hídrica do Estado, além de subsidiar políticas públicas de gestão ambiental e planejamento urbano e rural”, pontuou.
As estações utilizam sensores de pressão ou ultrassônicos para medir a altura da lâmina d’água. Esses dados são transmitidos em tempo real via satélite para os centros de monitoramento e ainda são verificados por réguas linimétricas instaladas nas margens dos rios.
Atualmente, nenhum ponto entre os monitorados no Estado está com cota abaixo do nível de estiagem. Esse fator, conforme o Imasul, contribui momentaneamente para amenizar os efeitos da seca prolongada que vinha sendo observada nos últimos meses.
A Sala de Situação publica boletins diários que incluem as médias diárias, cotas máximas e mínimas, além das médias históricas estabelecidas com base em estudos técnicos. Para consulta dos relatórios anteriores, o acesso pode ser feito no portal oficial do Imasul (https://www.imasul.ms.gov.br/sala-de-situacao).
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