247 – Em mais um sinal do fortalecimento das relações entre Caracas e Pequim, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu nesta terça-feira (10) uma delegação da República Popular da China no Salão Simón Bolívar do Palácio de Miraflores. A informação foi divulgada originalmente pela Presidência da Venezuela e repercutida por agências de notícias venezuelanas e chinesas.
Durante o encontro, foram reafirmados os compromissos de cooperação bilateral nos âmbitos diplomático, social e econômico. A delegação chinesa foi liderada por Wu Hansheng, ministro do Departamento de Serviço Social do Comitê Central do Partido Comunista da China, que esteve acompanhado de altos membros do partido e representantes do Ministério do Trabalho Social.
Segundo comunicado oficial, a reunião teve como objetivo “consolidar uma cooperação baseada na soberania, na justiça social e na defesa de uma nova ordem internacional”. As autoridades dos dois países destacaram a importância de construir relações estratégicas sustentáveis, em sintonia com os interesses mútuos e com o desenvolvimento dos povos.
O chanceler venezuelano Yván Gil também participou das reuniões e destacou o caráter estratégico do diálogo com a China. “Esta reunião com o camarada Wu Hansheng representa um passo significativo no roteiro conjunto entre a Venezuela e a China, rumo a uma nova etapa de intercâmbio e construção de sociedades justas”, afirmou o ministro.
Gil acrescentou que o processo de diálogo e cooperação em curso “visa estabelecer uma nova ordem internacional baseada na soberania, na equidade e no desenvolvimento integral”. As conversas ainda trataram de fortalecer parcerias em áreas como energia, programas sociais, intercâmbio cultural e desenvolvimento econômico conjunto.
A delegação chinesa reiterou seu interesse em promover uma aliança “para todas as razões e em qualquer clima”, como já havia sido proposto em uma reunião anterior entre os dois países realizada na Federação Russa. A ideia da aliança é consolidar uma plataforma multilateral voltada à promoção da soberania nacional, da igualdade entre os Estados e do respeito mútuo.
“Estamos comprometidos com uma cooperação de longo prazo, que respeite os princípios fundamentais do direito internacional e atenda às necessidades reais dos povos”, teria reforçado Wu Hansheng durante sua participação, segundo fontes oficiais.
O presidente Nicolás Maduro, por sua vez, valorizou o papel da China como parceiro confiável da Venezuela e ressaltou a importância de consolidar relações com países do Sul Global. Para o chefe de Estado venezuelano, as parcerias estratégicas com potências emergentes como a China contribuem para a construção de um mundo multipolar, mais justo e menos sujeito à dominação hegemônica.
O encontro entre as delegações se insere no contexto de uma intensificação das relações sino-venezuelanas, que nas últimas décadas se consolidaram em diversas frentes — desde investimentos em infraestrutura e energia até cooperação em áreas sociais e tecnológicas. A parceria entre Caracas e Pequim é frequentemente apresentada como um modelo alternativo às relações assimétricas tradicionais com potências ocidentais.
A expectativa do governo venezuelano é de que os novos acordos e iniciativas consolidem ainda mais uma aliança estratégica que já se provou duradoura e mutuamente benéfica. De acordo com representantes do governo, a China é hoje um dos principais aliados internacionais da Venezuela, não apenas por razões econômicas, mas também por afinidades políticas e visões comuns sobre o papel do Estado no desenvolvimento.
A visita da delegação chinesa a Caracas representa mais um capítulo da cooperação entre dois países que, apesar das diferenças culturais e históricas, compartilham uma visão comum sobre a necessidade de uma ordem internacional mais equilibrada, multilateral e centrada no bem-estar dos povos.
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