Chanceleres do Paraguai e do Brasil se reúnem em meio a crise diplomática | Blogs

O chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, afirmou que terá uma reunião bilateral com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, nesta quinta-feira (10), em Buenos Aires.

O encontro acontece em meio à crise diplomática detonada pela suposta espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao Paraguai durante as negociações entre os países acerca das tarifas da hidrelétrica binacional de Itaipu.

Lezcano e Vieira estarão em Buenos Aires para a reunião de ministros do Mercosul, convocada pela Argentina, na próxima sexta (11). Segundo o chanceler paraguaio, o encontro entre os dois para discutir a crise bilateral ocorrerá na quinta, antes de um jantar que será oferecido aos chanceleres do bloco pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein.

Fontes diplomáticas brasileiras confirmaram à CNN que a reunião está prevista, mas que o horário dependerá de ajustes na agenda, já que Vieira está em Honduras, para a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), e só chega nesta quinta a Buenos Aires.

A confirmação do encontro por Lezcano ocorreu após uma reunião com a mesa diretora da Câmara de Deputados do Paraguai sobre a Ação de Inteligência que teria sido realizada pelo Brasil.

A jornalistas, o ministro paraguaio afirmou que seu embaixador em Brasília, chamado para Assunção para consultas em protesto contra a suposta ação hacker, só vai retornar ao Brasil quando o governo brasileiro tiver esclarecido a alegada espionagem ao Paraguai.

“O mais importante para nós é receber uma resposta, que vamos avaliar e sobre a qual vamos atuar. É com base nesta resposta que vamos continuar conversando”, disse, sobre o pedido de informações feito ao governo brasileiro por meio do embaixador brasileiro em Assunção, José Antônio Marcondes.

Em nota após a informação de que a Abin teria espionado o Paraguai, o Itamaraty afirmou que a ação de inteligência, autorizada em 2022, foi deixada sem efeito durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.