Cardeal brasileiro aparece entre cotados como novo papa; Brasil já quase teve pontífice uma vez | Curiosidades

A expectativa é grande para o conclave que começa nesta quarta-feira (7) e irá definir o novo papa da Igreja Católica. São muitos os nomes cotados em diversas bolsas de apostas, sendo que um deles é brasileiro e ganhou força recentemente: Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador.

As apostas não indicam ele como um dos primeiros nomes, mas bem colocado entre os cardeais possíveis para serem eleitos como próximo pontífice.

Além dele, outros seis brasileiros participam do conclave deste ano. São eles:

  • Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo;
  • Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília;
  • Cardeal Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro;
  • Cardeal Leonardo Steiner, de Manaus;
  • Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília;
  • Cardeal Jaime Spengler, de Porto Alegre, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Cardeais brasileiros que participarão do conclave para eleger um novo papa. Da esquerda para a direita, cardeais Dom Paulo Cezar Costa, João Braz de Aviz, Odilo Pedro Scherer, Jaime Spengler, Sérgio da Rocha, Orani João Tempesta e Leonardo Steiner — Foto: Reprodução

Desses, apenas Odilo Pedro Scherer já participou da votação para eleição do novo papa anteriormente, justamente na de 2013, quando Francisco foi escolhido. Todos os outros estarão pela primeira vez.

Brasil quase teve papa no lugar de João Paulo II

Em 1978, o cardeal dom Aloísio Lorscheider, então arcebispo de Fortaleza (CE), chegou a receber os dois terços dos votos suficientes para poder ser eleito o novo papa na eleição que escolheu João Paulo II. Entretanto, ele acabou desistindo por uma questão de saúde.

Quem revela a história é o escritor e educador Frei Betto, que era bem próximo de Lorscheider. Em entrevista à CBN, ele conta que o cardeal brasileiro obteve inicialmente dois terços dos votos necessários, mas recusou o cargo devido a questões de saúde. Frei conta que soube da informação por um cardeal que participou das eleições de João Paulo I e João Paulo II – o primeiro ficou apenas 33 dias no cargo.

Cardeal dom Aloísio Lorscheider era então arcebispo de Fortaleza em 1978. — Foto: Reprodução

‘Dom Aloísio havia colocado oito pontes de safena recentemente e disse que não poderia aceitar a eleição, pois a Igreja não suportaria a perda de mais um papa em tão pouco tempo’, relatou Frei Beto.

A história de seu nome ter tido força no conclave foi tão disseminada que ele chegou a ser citado no filme ‘O Poderoso Chefão: Parte 3’ durante, justamente, a votação do novo papa. No caso do longa, seria de João Paulo I. É revelada a quantidade de votos e, na ocasião do longa, Aloísio obtém um voto.

O curioso é que dom Aloísio Lorscheider morreu em 2007, dois anos após João Paulo II.

Quem foi o cardeal dom Aloísio Lorscheider?

Aloísio Lorscheider feito refém em 1994. — Foto: Reprodução

Nascido no Rio Grande do Sul em 1924, Aloísio Lorscheider foi um sacerdote frade franciscano e cardeal brasileiro. Ele chegou a ser presidente também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, tendo sido nomeado cardeal em 1976, aos 52 anos.

Ele participou dos conclaves de João Paulo I e II.

Em 1994, ficou marcado com a história de seu sequestro no Ceará. Lorscheider fazia parte de uma comitiva que visitava o Instituto Penal Paulo Sarasate, na cidade de Aquiraz, após denúncia de maus-tratos. No local, um homem fez ele refém e mais outras 11 pessoas, entre elas três padres, um vereador e um deputado.

Os detentos que os prendiam estavam armados com facas e exigiam um carro-forte e armas para fugir do presídio. Eles conseguiram a demanda e levaram os reféns juntos, incluindo o cardeal, que foram soltos em Quixadá, a cerca de 150 quilômetros. Nenhum estava ferido.

Posteriormente, os criminosos foram encontrados. Dois deles morreram durante a troca de tiros e o resto foi preso.

No ano seguinte, dom Aloísio Lorscheider, por conta dos problemas cardíacos e do episódio, solicitou ao papa para se transferir a uma diocese menor. Ele foi atendido e tomou posse em agosto daquele ano na Arquidiocese de Aparecida.

Em 2000, anuncia sua renúncia por conta da idade, mas continua presente em Aparecida. Mas, quatro anos depois, recebe a aceitação da renúncia entregando a a arquidiocese para Dom Raymundo Damasceno Assis.

Após uma internação de um mês, morreu em Porto Alegre em decorrência dos problemas cardíacos que enfrentou ao longo da vida.

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