Caracas recebe 311 venezuelanos do México em meio…

Um voo com 311 venezuelanos vindos do México pousou em Caracas nesta quinta-feira, 20, enquanto os voos de deportação dos Estados Unidos para a Venezuela seguem suspensos devido a tensões entre os governos de Nicolás Maduro e Donald Trump. A aeronave, operada pela estatal Conviasa — alvo de sanções de Washington —, aterrissou no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, por volta das 11h30 (12h30 no Brasil).

A repatriação faz parte do programa “Vuelta a la Patria”, promovido pelo regime chavista. Na última semana, cerca de 600 venezuelanos foram enviados de volta ao país, em voos vindos do Texas e de Honduras.

Acordo entre Trump e Maduro

A retomada das deportações havia sido acertada em janeiro, quando Maduro se reuniu com o enviado de Trump, Richard Grenell. O líder chavista concordou em aceitar migrantes deportados e ofereceu transporte para seu retorno, o que foi interpretado como um sinal de otimismo para as relações entre Caracas e Washington, que cortaram laços diplomáticos em 2019.

No entanto, pouco depois, o governo Trump acusou Maduro de descumprir o acordo e retaliou, revogando a licença da petrolífera americana Chevron para operar na Venezuela.

Polêmica de deportações

No último fim de semana, em uma medida polêmica, Trump ordenou a transferência de 238 venezuelanos para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, mediante acordo com o presidente Nayib Bukele, alegando que seriam membros da gangue criminosa Tren de Aragua. O republicano usou como justificativa a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, que permite a expulsão sumária de estrangeiros considerados ameaças aos Estados Unidos em “tempos de guerra”.

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A decisão gerou críticas dentro e fora do país, já que muitos dos deportados não haviam sido formalmente acusados de crimes. Mesmo um juiz federal americano tendo emitido uma suspensão temporária da expulsão, o governo Trump prosseguiu com a ação.

Diante da transferência dos venezuelanos para prisões salvadorenhas, Maduro acionou as Nações Unidas, acusando os Estados Unidos de sequestrar seus cidadãos e exigindo sua repatriação. “Esperamos que o governo de El Salvador entregue os venezuelanos que têm sido sequestrados para que se reencontrem com suas famílias”, declarou Diosdado Cabello, ministro do Interior venezuelano, ao receber os repatriados no aeroporto.

Por outro lado, o Departamento de Estado americano voltou a criticar Maduro e cobrou que seu governo cumpra os termos do acordo, organizando voos regulares de repatriação. “Maduro deve parar de enganar e programar voos de repatriação semanais e consistentes”, afirmou a pasta em publicação no X (antigo Twitter).

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Além disso, Washington negou que voos de deportação via México estejam ocorrendo.

Desde 2014, cerca de 8 milhões de venezuelanos deixaram o país fugindo da crise econômica e política. O PIB da Venezuela encolheu 80% na última década, cenário que Maduro atribui às sanções impostas pelos Estados Unidos. No entanto, a comunidade internacional o responsabiliza pelo colapso, após sucessivas eleições contestadas e acusadas de fraude.


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