A Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe vai assinalar ao longo do próximo ano os 300 anos desta capela que fica no centro da cidade e que foi sagrada a 23 de março e 1725. O programa comemorativo foi apresentado ontem, dia 6 de março, em conferência de imprensa, pela juiz presidente que vincou tratar-se de um conjunto de iniciativas que visam homenagear todos os que fizeram parte desta jornada tricentenária e estreitar relações, com uma maior abertura à comunidade envolvente.
O programa religioso, segundo Flávia Silva, tem início no fim de semana de 15 e 16 de março, com o Lausperene Quaresmal que decorrerá aqui nestas datas a título excecional. No domingo seguinte, dia 23 de março, às 11h, é celebrada a Eucaristia comemorativa dos 300 anos da capela de Guadalupe, presidida pelo Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes. O programa cultural, o mais extenso e que se prolonga durante um ano, começa a 21 de março, às 21h, com o concerto de abertura das celebrações, pela Interseção – Associação de Artes. No dia seguinte, às 10h, tem lugar uma visita guiada interpretativa do Bairro do Reduto e da capela de Guadalupe, pela Braga Mais e a JovemCoop.
No dia 10 de abril é feito o “Botar das Almas, seguindo-se, de 13 a 18 do mesmo mês a abertura da capela às pessoas, com exposição do Aparato da Senhora da Piedade, estando as visitas guiadas a cargo dos formandos da Profitecla. Para 3 de maio está agendado o Sarau Dia da Mãe, realizando-se a 7 de junho um passeio convívio aos lugares de devoção à Senhora de Guadalupe no Entre-Douro-e-Minho.
A 28 de junho é inaugurada na Junta de Freguesia de S. Victor a exposição “300 anos de história (e estórias)”, realizando-se, no dia seguinte, o Piquenique Dia da Família “Unir Gerações”. A 13 de julho é retomada a iniciativa “3 em Linha”.
Já depois das férias, em setembro, vai ser promovido o Ciclo de Memórias de Braga, com homenagem ao padre António Manuel Sousa Fernandes, que faleceu em 2019. Para o dia 1 de outubro está marcado o concerto para assinalar o Dia Mundial da Música, com os Cupio Musicorum.
O programa prossegue depois a 16 de novembro com a apresentação da monografia sobre a capela de Guadalupe da autoria de Rui Ferreira, prosseguindo, a 23 de dezembro com o concerto de Natal. Já em janeiro de 2026, a Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe realiza no dia 13 uma homenagem ao Cónego Manuel Tinoco, falecido muito recentemente. E no dia 2 de fevereiro é retomada a tradição de celebrar Nossa Senhora da Luz, segundo o Rito Bracarense. As comemorações encerram em março de 2026, ficando o desafio para que os familiares de antigos membros da Irmandade contactem a atual direção, para que possam ser devidamente homenageados. Neste período de tempo será ainda realizado um concurso de fotografia, composto por José Machado, dos Sinos da Sé, o hino dos 300 anos e preparada uma cápsula do tempo.
Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe deseja ter um sacerdote para a capelania
A juiz presidente da Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe disse ontem que a melhor prenda que podia receber nos 300 anos da capela de Guadalupe seria ter um sacerdote destinado a este templo, tal como aconteceu até recentemente.
Flávia Silva mostrou-se mesmo preocupada com a incerteza do futuro, depois de ter falecido o Cónego Manuel Azevedo Tinoco, a 22 de fevereiro. «Fomos abençoados com uma história tão rica, que sentimos o dever de a agradecer. Pretendemos homenagear todos os que fizeram parte desta jornada e àqueles que se vão juntando a nós, damos as boas-vindas de braços abertos, enquanto perspetivamos e esperamos um futuro promissor para a nossa comunidade», disse. A juiz presidente disse que a Irmandade está muito preocupada com a sucessão do Cónego Manuel Azevedo Tinoco e até com a continuidade. “Em jeito de confidência a melhor prenda que nos poderia ser dada era alocarem a esta capelania um senhor padre que entendesse esta comunidade como fiéis que pretendem caminhar. Fazer caminhos do coração. É isso que nós gostaríamos. Gostaríamos que a Arquidiocese olhasse para nós com muito carinho, com especial atenção, e que nos fizesse manter neste trilho, neste caminho de renovação. Energia e vontade não nos falta, mas temos consciência que nos temos de renovar”, salientou.
Por isso, acrescentou Flávia Silva, a necessidade de homenagear os que estiveram e os que estão. “Honrando o passado, temos a certeza que se reforçam valores fundamentais para o compromisso assumido com uma Igreja em atual renovação. Conscientes das exigências dos tempos atuais, assume primordial importância estreitar relações. Abrirmo-nos à comunidade que os rodeia será um propósito deste momento único e especial que vivemos”, sustentou.
Flávia Silva revelou que é propósito da Irmandade dinamizar o espaço da capela, nomeadamente o seu jardim, que poderá ser, por exemplo, arrendado para a realização de eventos.
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