Capacitar e qualificar para cumprir a independência de STP  – RDP África

A caminho das celebrações dos 50 anos da proclamação da independência nacional total e completa, São Tomé e Príncipe (STP) obteve, seguramente, ganhos simbólicos associados a emancipação do seu povo, podendo assim escolher e perseguir de forma livre autônoma, a construção da sua história. A independência permitiu, entre os ganhos, que, pelo menos, em teoria, os homens e mulheres são-tomenses pudessem se organizar politicamente e obter reconhecimento internacional enquanto um Estado soberano, exercendo essa mesma soberania sobre o povo e sobre o território. 

Contudo, no plano fático, a independência nacional, total e completa ainda está por cumprir, infelizmente. E não faltam razões para corroborar este entendimento, já que, incompreensivelmente, os precursores da nação não foram capazes de se unir em torno do que era verdadeiramente importante para país e suas gentes. Falharam na definição de estratégias reais para desenvolvimento das ilhas; falharam nos respetivos e sucessivos pactos sociais que foram sendo celebrados com o povo ao longo dos anos; e falharam, sobretudo, no lançamento das bases para a construção de país onde as pessoas se sintam que têm uma elite política competente, bem formada, qualificada e que de facto está comprometida e empenhada em construir soluções de governação que tenham impacto positivo na vida dos cidadãos. 

Por isso, numa altura em que o mundo vive de incertezas face às transformações bastantes significativas impostas pelas maiores potências económicas e militares do mundo, e que certamente trazem impactos negativos à economia de STP, a aposta no conhecimento e na ciência ao serviço da comunidade é de extrema importância, pois só assim poderemos, como sociedade, construir o nosso desenvolvimento socioeconómico.  

É por isso que está de parabéns a Faculdade de Ciências e Tecnologias (FCT) da Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP), que esta semana promoveu a abertura da sua semana académica com destaque para a inovação e o uso das novas tecnologias como motores para a resolução de problemas sociais.  

Que toda a academia são-tomense continue firme, comprometida e dedica em continuar a apostar na qualificação da nossa juventude, para que nós, os jovens do pós-independência, tenhamos a coragem de mudar o rumo das coisas em STP, através do conhecimento e do trabalho colocado ao serviço das pessoas.