Cabo Verde deu, esta segunda-feira, um passo decisivo na sua estratégia de transformação digital com a inauguração oficial do TechPark CV, projeto estratégico apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento.
A cerimónia, realizada na Praia e liderada pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e pelo presidente do Banco, Akinwumi Adesina, reuniu representantes governamentais, parceiros internacionais e empresários.
Com um investimento total de 51,85 milhões de euros, dos quais 45,5 milhões financiados pelo banco africano, o parque tecnológico já acolhe 23 empresas de sete países, emprega mais de 300 jovens e atingiu a ocupação total dos seus espaços de escritório em apenas 18 meses desde o início das operações, em novembro de 2023.
O chefe do governo cabo-verdiano afirmou que o TechPark CV coloca o país entre os melhores exemplos globais de infraestruturas tecnológicas e reforçou a ambição de posicionar Cabo Verde como hub digital africano, focado na exportação de serviços tecnológicos e na captação de talentos da diáspora.
Por outro lado, salientou ainda o papel do Estado como facilitador do ecossistema digital, através da educação e da inclusão da economia informal na era digital.
Akinwumi Adesina classificou o projeto como um símbolo do potencial digital de África, referindo que a economia digital poderá acrescentar até 180 mil milhões de dólares ao PIB africano até 2025.
Ademais, reforçou a perseverança de Cabo Verde ao concretizar uma visão que, segundo o próprio, chegou a ser desvalorizada por céticos.
O parque tecnológico integra centro de dados, zonas de incubação, centro de formação e isenções fiscais, funcionando como zona económica especial.
Desde 2023, os programas de formação passaram de seis para 50, qualificando quase 2.800 pessoas em áreas como inteligência artificial, cibersegurança e desenvolvimento de software.
Durante a inauguração, Adesina foi condecorado com a mais alta distinção do serviço público cabo-verdiano, em reconhecimento pelo apoio contínuo do banco às iniciativas de desenvolvimento do país.
O programa inclui ainda painéis sobre transformação digital, workshops sobre novas tecnologias e um concurso de startups, sublinhando o papel de Cabo Verde como referência digital no continente africano.
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