Cabo Verde apreendeu mais de 30 mil munições ilegais em seis anos em encomendas

“Desde 2018, estamos a falar em cerca de 33 mil munições apreendidas nas encomendas que são enviadas para Cabo Verde”, afirmou Paulo Rocha, após uma visita, na cidade da Praia, a diferentes estruturas que têm responsabilidade pela fiscalização, prevenção e segurança do país, no que diz respeito à entrada de produtos ilícitos.

O governante referiu que houve uma redução das apreensões nos últimos anos, passando das cerca de 8.800 em 2022, para cerca de 3.000 no ano passado, com os registos nos primeiros seis meses deste ano a cifrarem-se nas 1.575, a maioria por via marítima, embora haja alguns confiscos nos aeroportos. 

“Os resultados são excelentes”, salientou o ministro, em declarações aos jornalistas, durante a visita às estruturas onde trabalham a Guarda Fiscal, as Alfândegas e a Enapor, empresa que gere os portos cabo-verdianos.

Essas estruturas recebem cerca de 80 contentores por mês e mais 130 mil pequenas encomendas por ano, pelo que há uma “grande preocupação” com as munições e as armas que possam vir dissimuladas.

“Cabo Verde não produz munições, significa que vêm de fora, daí um foco forte na entrada de munições no país”, vincou Paulo Rocha, enfatizando os investimentos feitos nos últimos anos em ‘scanners’ que detetem materiais suspeitos.

Esta semana, um homem, de origem cabo-verdiana e com nacionalidade portuguesa, foi detido no porto da Praia por tráfico internacional de armas ao tentar introduzir 585 munições no país, anunciou a polícia.

As munições, de calibres 12 e 36 milímetros e normalmente utilizadas em armas de fabrico artesanal, denominadas de “boca bedjo”, estavam dissimuladas num veículo automóvel, que também foi apreendido.

Cabo Verde tem uma estratégia de armas e munições com vários níveis, começando pela entrada, passando pela investigação criminal para identificar os locais onde possam ser fabricadas as armas de fabrico artesanais, criação de unidades policiais dedicadas aos indivíduos que possam estar na posse dessas armas e a prevenção geral, com divulgação das apreensões.

Paulo Rocha afirmou que o Ministério que tutela e as polícias do país estão a pedir os transitários para “afinarem melhor” os procedimentos de identificação dos remetentes das encomendas, para que as autoridades possam chegar às pessoas que as enviam para Cabo Verde.

O ministro acrescentou que as ocorrências com disparos de armas de fogo em Cabo Verde “têm reduzido substancialmente” nos últimos anos, dando como exemplo o registo de 14 homicídios na Praia, capital, em 2023, enquanto há oito anos foram 34 e em 2015 foram 25.

“As ações que a polícia tem feito, em articulação com várias entidades, é no sentido de continuarmos a reduzir essas ocorrências, para que as pessoas se possam sentir mais tranquilas”, disse, lembrando que o regime de armas e munições foi alterado para agravar as punições.

Em junho do ano passado, o Governo de Cabo Verde lançou uma nova campanha de entrega voluntária de armas e munições, quase 10 anos depois de iniciativa semelhante, mas apenas para armas, e foram recolhidas cerca 100, avançou hoje o ministro.

RIPE // MLL

Lusa/Fim

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