A ativista brasileira Juliet Cristino vai amanhã ao Parlamento de Portugal defender em audiência a sua proposta de mais policiamento nas escolas do país.
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Fundadora do Comitê dos Imigrantes de Portugal, ela criou uma petição que atingiu o número de assinaturas exigido para a abertura do debate com os deputados.
A decisão foi tomada depois que Juliet, mãe de dois filhos, ficou assustada com as agressões sofridas por estudantes brasileiros. As cenas de violência chocaram Portugal. Ela, no entanto, defende uma lei para todos.
— Gosto de lutar por todos sem distinção de nacionalidade — explicou a ativista, que informou dados de uma pesquisa realizada por ela:
— Desde 2017, não teve um ano sem que uma criança fosse agredida nas escolas.
Em uma das brigas violentas dentro de escolas públicas, a brasileira Maria, com 11 anos em 2021, foi filmada recebendo chutes e socos de uma agressora.
Há menos de um ano, uma estudante brasileira de 14 anos foi espancada do lado de fora do colégio.
Em dezembro, um aluno brasileiro sofreu agressão e racismo: foi chamado de “macaco” e “preto”.
Divulgado na última sexta-feira, o relatório do programa Escola Segura da Polícia de Segurança Pública (PSP) revelou 4.107 episódios de ocorrência violenta no ano letivo de 2023/2024. Um aumento de 7,4% em relação ao período anterior.
Acompanhada da advogada Eliane Linhares, Juliet vai detalhar os quatro eixos da petição:
- Câmeras de vigilância no interior e nas áreas externas
- Acesso às imagens em tempo real
- 24 horas de policiamento (durante as aulas e para evitar roubos com as escolas fechadas)
- Sinais de trânsito e radares a 30 metros das faixas de pedestres
O trâmite da Casa exige que um parlamentar seja designado relator. A escolhida foi a deputada Patrícia Gilvaz, coordenadora do partido Iniciativa Liberal na Comissão de Educação e Ciência, onde será realizada a audição.
Juliet teve sucesso com a petição sobre a mudança da contagem de tempo de residência para um imigrante fazer o pedido de cidadania.
Após ser ouvida em audiência junto com o advogado Célio Sauer, autor de outra petição com o mesmo tema, a reivindicação sensibilizou a deputada Alexandra Leitão (Partido Socialista-PS) e virou projeto de lei, que foi aprovado. Mas ainda falta regulamentação.
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