Brasil sobe no ranking da ONU e se torna o segundo país mais feliz da América do Sul em 2025

País avançou oito posições no Relatório Mundial da Felicidade e ocupa agora o 36º lugar entre 147 nações avaliadas

Em 2025, o Brasil deu um passo importante no cenário global de bem-estar, subindo oito posições no Relatório Mundial da Felicidade, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com o avanço, o país passou a ocupar a 36ª colocação entre 147 nações, consolidando-se como o segundo país mais feliz da América do Sul, atrás apenas do Uruguai, que aparece em 29º lugar.

A liderança do ranking segue com a Finlândia, que há oito anos consecutivos ocupa a primeira posição. O país europeu é reconhecido por seus altos índices de qualidade de vida, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e políticas públicas voltadas ao bem-estar social.

O World Happiness Report 2025, produzido por um grupo de especialistas em estatísticas, economia e psicologia da ONU e da Gallup, mede o nível de felicidade das populações com base em seis indicadores principais:

  • Produto Interno Bruto (PIB) per capita
  • Expectativa de vida saudável
  • Apoio social
  • Liberdade para fazer escolhas de vida
  • Generosidade da população
  • Níveis percebidos de corrupção

Por que o Brasil subiu no ranking da felicidade?

De acordo com o relatório, o avanço do Brasil se deve, em grande parte, à melhoria em indicadores sociais e econômicos, além de uma percepção mais positiva da liberdade individual e do apoio social.

A retomada gradual da economia após o período crítico da pandemia, aliada a programas de transferência de renda e acesso ampliado a serviços públicos, contribuiu para elevar o índice de satisfação da população brasileira com a própria vida.

O sociólogo e pesquisador em políticas públicas João Azevedo, da Universidade de Brasília (UnB), comenta:

“O Brasil ainda enfrenta enormes desafios estruturais, mas a combinação entre estabilidade institucional, ampliação de políticas de bem-estar e resiliência cultural ajuda a explicar essa percepção de felicidade crescente. O brasileiro, apesar das adversidades, valoriza os vínculos sociais, o otimismo e a criatividade diante das dificuldades.”

América Latina em destaque: Costa Rica e México entram no top 10

O levantamento de 2025 também trouxe surpresas positivas para a América Latina. Pela primeira vez, dois países da região figuram entre os dez mais felizes do mundo: a Costa Rica, na 6ª posição, e o México, em 10º lugar.

Especialistas atribuem esses resultados à forte coesão social, sistemas de saúde relativamente acessíveis e valores comunitários enraizados. Embora enfrentem dificuldades econômicas, esses países têm conseguido manter um senso de bem-estar coletivo elevado, segundo o relatório.


Os dez países mais felizes do mundo em 2025

  1. Finlândia
  2. Dinamarca
  3. Islândia
  4. Suécia
  5. Israel
  6. Costa Rica
  7. Países Baixos
  8. Noruega
  9. Luxemburgo
  10. México

Brasil e o bem-estar regional

Na América do Sul, o Brasil ocupa agora a segunda colocação no ranking, atrás apenas do Uruguai. O país superou Chile, Argentina e Colômbia, que aparecem em posições mais modestas, mas ainda assim respeitáveis dentro da classificação global.

Para a psicóloga social Renata Barreto, pesquisadora do comportamento coletivo, o dado é significativo:

“A felicidade, como medida estatística, é um retrato da percepção de vida das pessoas. No Brasil, mesmo com desigualdades, a valorização dos laços familiares e do senso de comunidade influencia diretamente essa percepção positiva.”

A felicidade como política pública

O relatório da ONU reforça a importância de integrar o bem-estar da população às políticas públicas. Países que lideram o ranking não são necessariamente os mais ricos, mas aqueles que investem em:

  • Educação de qualidade
  • Sistema de saúde robusto e acessível
  • Mobilidade urbana eficiente
  • Segurança pública humanizada
  • Políticas de combate à desigualdade

A análise serve como parâmetro para que governos desenvolvam ações não apenas voltadas ao crescimento econômico, mas também à qualidade de vida subjetiva da população

O avanço do Brasil no Relatório Mundial da Felicidade 2025 é um indicativo relevante de que, apesar dos desafios enfrentados, há um sentimento crescente de bem-estar entre os brasileiros. Ao mesmo tempo, destaca a necessidade de manter e ampliar políticas públicas que priorizem o cuidado com as pessoas, o fortalecimento de redes de apoio e a promoção da justiça social.

A posição de 36º lugar — e a vice-liderança entre os sul-americanos — é motivo de atenção e, também, de responsabilidade para os gestores públicos, especialistas e sociedade civil organizada.

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