O Ministério das Relações Exteriores cobrou, em nota divulgada nesta terça-feira, explicações do governo de Israel pela morte de um cidadão brasileiro de 17 anos em um presídio israelense, afirmando, ainda, que a manutenção de brasileiros em prisões israelenses sem acusação formal viola o direito internacional.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, da morte do cidadão brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, na prisão israelense de Megido”, afirma a nota do Itamaraty.
“O menor, residente da Cisjordânia, no Estado da Palestina, fora detido em 30 de setembro de 2024 na Palestina ocupada, e levado por forças israelenses à prisão de Megido, em território israelense. As circunstâncias e a data exata do óbito ainda não foram esclarecidas.”
O Itamaraty disse ainda que 11 brasileiros que vivem nos territórios palestinos ocupados por Israel seguem mantidos em prisões israelenses, “a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário”.
“O Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, no Estado da Palestina, está em contato com a família de Walid Khalid Abdalla Ahmad e está prestando a assistência consular cabível. O governo brasileiro solidariza-se com os familiares e amigos do nacional e transmite sinceras condolências, ao tempo em que continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor”, afirma o comunicado.
A morte do menor brasileiro em uma prisão israelense pode complicar ainda mais as turbulentas relações entre os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Em maio do ano passado, Lula retirou o embaixador do Brasil em Israel, em mais um gesto diplomático do Brasil após Lula e o governo brasileiro elevarem o tom das críticas em relação aos ataques de Israel em Gaza em meio à guerra com o Hamas.
A retirada também aconteceu após o então ministro das Relações Exteriores de Israel, atual ministro da Defesa do país, Israel Katz, convocar o embaixador brasileiro para uma reprimenda pública para dizer que Lula não é bem-vindo em Israel até que se retrate de comentários que fez comparando a guerra realizada por Israel em Gaza ao Holocausto contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
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